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23/09/2017 às 17h57min - Atualizada em 23/09/2017 às 17h57min

Eu me consagro a Ti, Mãe de Deus e minha

No dia 19/11/2006 começava nossa luta pela sobrevivência. O médico plantonista chamou meus familiares e disse-lhes que nosso estado era gravíssimo, que poderíamos morrer ou somente uma sobreviver. Então me despedi de todos os meus familiares, mesmo não sabendo que o médico tinha feito esse comunicado, e fiquei naquele imenso hospital, eu e ela no meu ventre, Deus e Nossa Senhora de Nazaré ao lado, nos protegendo de todo o mal.

Cláudia Suélem Barros Pimentel e Ana Cecilia Lourinho - Jornal In Foco
Fotos: Arquivo Pessoal Suelem
Maria já sábia sobre a morte de Jesus Cristo desde que aceitou a maternidade divina, quis todavia o Pai Eterno, que ela renovasse o consentimento no tempo da Paixão, afim de que, juntamente com a vida do Filho, fosse também sacrificado o coração da Mãe. Quantas e quantas vezes nós, que somos mães, temos o coração dilacerado por medo de que algo ruim possa acontecer com nossos filhos... Acompanhe a história de fé de Cláudia Barros.

Ana Cecília Lourinho.
 
“Na minha primeira gestação, com 22 anos, corria tudo bem, fiz o pré-natal tudo certinho.  De repente, ao fazer uma ultrassom de rotina, na 31ª semana de gestação foi descoberto que eu estava com diminuição do líquido amniótico, logo liguei para minha obstetra que pediu que fosse imediatamente ao seu consultório para me avaliar, então ela verificou que minha pressão estava alta, fiz vários exames, tomei medicamentos e disse que eu deveria ficar em repouso e verificar a pressão, 5 vezes por dia e tudo indicava que ela não iria diminuir chegando a 25x14.

Toda semana voltava na obstetra até que um exame constatou a proteína na urina e pelo ultrassom já constatava que minha filha estava em crescimento fetal menor que o esperado. Sem opção, tive que ser internada imediatamente, pois estava com pré-eclampsia. A partir daí, começou outro pesadelo, onde teria minha filha? Já que meu plano era recente e minha filha precisaria de UTI por tempo indeterminado e se o parto fosse na clínica onde minha obstetra atendia, o custo era muito alto. Foi então que minha tia Glória conseguiu um leito no Hospital Das Clinicas onde trabalhava.



No dia 19/11/2006 começava nossa luta pela sobrevivência. O médico plantonista chamou meus familiares e disse-lhes que nosso estado era gravíssimo, que poderíamos morrer ou somente uma sobreviver. Então me despedi de todos os meus familiares, mesmo não sabendo que o médico tinha feito esse comunicado, e fiquei naquele imenso hospital, eu e ela no meu ventre, Deus e Nossa Senhora de Nazaré ao lado, nos protegendo de todo o mal.
No dia 20/11/2016, depois do café da manhã, fui fazer ultrassom e quando retornei para o quarto a enfermeira disse que iriam me preparar para a cirurgia. Imediatamente comecei a ligar para meus familiares para avisar que teria minha filha naquele dia. A angústia só aumentou depois que a médica veio falar comigo dizendo que minha filha talvez não chorasse, que precisaria de sonda, e que ficaria na UTI. Prepararam-me para a cirurgia e nessa hora eu me agarrei mais ainda em minhas orações à Nossa Senhora de Nazaré, para que Ela nos salvasse. Entrei na sala de cirurgia, como era de risco não pude levar meu marido, mas começaram as graças ali naquele momento, pois o anestesista era um amigo do meu marido, e assim ficou repassando as informações para ele por uma fresta de vidro.

A cirurgia começou, e exatamente às 16h20m nasceu minha pequena grande guerreira, Giovanna, que imediatamente começou a chorar e minhas lágrimas rolaram também, pois naquele momento mágico pude ver que as minhas orações estavam sendo atendidas. A enfermeira mostrou-me o rostinho dela bem rapidinho e a levou direto para o respirador, incubadora e direto para UTI. Lá começava uma longa jornada de sobrevivência. Cada dia era uma vitória. Ela nasceu pesando apenas 1.610kg, mas perdeu peso e foi para 1.550kg. Só consegui vê-la no segundo dia, pois ainda estava me recuperando da cirurgia, um ser tão frágil e indefeso ligada a vários aparelhos, lutando pela vida. Fiquei uns 3 dias internada no hospital e quando recebi alta tive uma sensação muito estranha, pois estava feliz por ter sobrevivido, entretanto triste por ter que deixar minha filha lá. Ao chegar em casa e ver o quartinho todo arrumado e não tê-la em meus braços foi a pior sensação do mundo, só quem teve um filho prematuro entende do que estou falando.



Ela ficou no hospital por 3 semanas intensas, duas na UTI e uma no berçário para ganhar peso e aprender a mamar, já que só se alimentava por sonda e como era bem pequena não podia fazer muito esforço para não perder peso. Eu praticamente me mudei para hospital, ficava lá todos os dias até às 18h, que era o horário permitido.  E presenciar cada evolução da minha filha ao ganhar peso e parar de usar os aparelhos para respirar foi divino! Não tive dúvidas que ela era abençoada!!!



No dia 11/12/2006 minha avó bateu na porta do quarto e avisou que tinham ligado do hospital, nessa hora fiquei com medo, mas a notícia era boa, minha filha tinha recebido alta. Foi uma alegria imensa ver que aquele ser tão indefeso se tornar uma guerreira e vencer cada etapa pela luta de sua sobrevivência.
Em 2017, em novembro, ela completará 11 anos, minha Giovanna De Nazaré, uma garota saudável, que não ficou com nenhuma seqüela. Seu nome Nazaré foi dado pela sua bisavó, Hilma Barros, pois sabendo de todas as minhas orações, ela também pediu que Nossa Senhora intercedesse para que minha filha saísse dessa luta pela sobrevivência e fez uma promessa que quando tivesse condições minha filha acompanhasse o círio das crianças, e assim ela faz todos os anos.
Posso dizer que ver ela saudável apagam todas as recordações tristes e que ela é uma menina abençoada com a graça de Nossa Mãezinha Nossa Senhora de Nazaré.”



Cláudia Suélem Barros Pimentel


  

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