Jornal In Foco Publicidade 1200x90
04/03/2022 às 17h55min - Atualizada em 04/03/2022 às 17h55min

Caroço de açaí será usado como fonte de energia renovável

Realizado pela Hydro em parceria com a UFPA, o estudo tem o objetivo de transformar o resíduo da fruta em combustível a ser usado em escala industrial.

dol
 

AHydro está investindo para usar nas caldeiras da Alunorte uma energia renovável com ampla oferta no Pará: o caroço do açaí. Em parceria com a Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Pará (UFPA), a empresa trabalha na avaliação da viabilidade técnica-econômica do uso desse resíduo como combustível nas caldeiras da Alunorte, refinaria de alumina, localizada em Barcarena (PA).

16 mil litros de cerveja não chegam ao destino no Pará

Maré alta interrompe travessia por balsa novamente

Do concreto à biomassa - O reaproveitamento do caroço do açaí

O Estado do Pará lidera a produção e a exportação mundial da polpa da fruta e alcançou a produção de cerca de 1,1 milhão de toneladas do fruto em 2019, segundo a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do Pará (Sedap). Com duração de um ano e investimento de cerca de R$ 500 mil, a pesquisa analisará os requisitos técnicos e logísticos para uso do caroço em escala industrial, além de estudar o aspecto social e ambiental do uso do caroço do açaí como um combustível renovável.

A iniciativa faz parte do convênio de cooperação técnica e científica da Hydro com a UFPA e pode contribuir para o desenvolvimento sustentável da indústria paraense. Para produção da polpa do açaí, o caroço é descartado e, caso os resultados da pesquisa sejam positivos, esta será a primeira aplicação deste resíduo em escala industrial. O caroço da fruta já é reaproveitado atualmente em menor escala em outros setores. O uso do caroço em uma refinaria de alumina pode representar uma nova possibilidade para o seu ciclo econômico. Ao todo, 11 pesquisadores estarão envolvidos diretamente neste estudo e haverá também uma análise para entender os desafios da cadeia de suprimento e da sazonalidade do produto. O trabalho integrado entre diferentes grupos é necessário em virtude da complexidade da cadeia produtiva do açaí, extremamente forte e presente no Pará, e da necessidade de destinação apropriada do resíduo dessa produção, que não possui um processo de destinação padronizado de ponta a ponta. Caso o estudo comprove a viabilidade da utilização do caroço do açaí como fonte de energia alternativa na Alunorte, abre-se a possibilidade de dar uma destinação ao resíduo, que pode vir a se tornar um subproduto dentro da sua cadeia produtiva.

“É um trabalho em simbiose da indústria do açaí e a indústria de alumínio, com a possibilidade de usar o resíduo da produção da polpa da fruta para atender à demanda por fontes renováveis de energia na nossa refinaria. A viabilidade desse estudo, se provada, traz a importante solução para a destinação do resíduo do açaí, mas também gera outros benefícios como potencial de redução de emissões na operação e impacto positivo no desenvolvimento do território onde a Hydro atua”, afirma Sergio Ferreira, gerente executivo de Projetos de Energias Renováveis da Hydro.

“O caroço de açaí é 90% em massa do fruto de açaí. Isso significa que em 2019 foi descartado um milhão de toneladas de caroço o que permite gerar continuamente durante um ano 160 MW de eletricidade. Atualmente esse resíduo é um passivo ambiental, que poderá ser convertido num biocombustível renovável com valor agregado e capaz de promover uma nova atividade econômica: a produção de bio-eletricidade”, informou o Prof. Manoel Nogueira, Professor Titular da UFPA-FEM.

Sobre o convênio de pesquisas Hydro e UFPA

A utilização de rejeitos industriais já é pauta de pesquisas realizadas pela Hydro dentro do convênio com a UFPA. Em 2020, a empresa anunciou dois estudos que já estão em fase avançada de desenvolvimento, sendo a produção de cimento e de agregado sintético, ambas com o resíduo oriundo do refino da bauxita, o qual é gerado na Alunorte. Em 2021, foi anunciada outra pesquisa, que irá estudar a viabilidade do uso do rejeito do minério da mina de bauxita da Hydro, em Paragominas (PA), para a produção de telhas, tijolos, materiais refratários, cimento de baixo carbono e até um plástico biodegradável.

Também em 2021, foi anunciada uma pesquisa sobre o uso de placas solares na sua mina de bauxita em Paragominas (PA). A universidade irá realizar testes com um sistema fotovoltaico flutuante no reservatório de água da Mineração Paragominas. Hydro e UFPA também estão realizando estudos meteorológicos, na mina de bauxita, que irão aperfeiçoar a gestão dos recursos hídricos da unidade.

Há também outros três projetos de inovação no combate à Covid-19 que estão em andamento: produção de respiradores de baixo custo, estudos de efeitos psicológicos durante a pandemia e uso da ciência de dados para criar modelos epidemiológicos. Como parte do convênio, a empresa também doou 890 tablets para auxiliar o ensino remoto durante a pandemia.

O investimento em Pesquisa & Desenvolvimento para inovação de suas operações faz parte da estratégia de sustentabilidade da Hydro. Todos os projetos integram o convênio de cooperação técnica e científica entre a Hydro e a Universidade, iniciado em 2019, para a realização de diversas linhas de pesquisa, que possibilitem consolidar o desenvolvimento do Estado do Pará.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Jornal In Foco Publicidade 1200x90