Uma manifestação de trabalhadores do setor do pescado movimentou Belém na manhã desta sexta-feira (17). O protesto foi com o objetivo de pedir mais esclarecimentos sobre a doença de Haff - popularmente conhecida como "urina preta -, devido aos prejuízos que estão sofrendo com a queda nas vendas.
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Mas, afinal, o que é doença de Haff ou “da urina preta”?
Após o protesto, o Prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, se reuniu com peixeiros, balanceiros, feirantes e comunidade em geral para tratar sobre a situação gerada pela síndrome.
Além do prefeito, a reunião contou com representantes da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Secretaria de Comunicação (Secon) e comitiva de secretários.
Alepa: Comissão de Saúde e de Pesca debatem ações
Os casos envolvendo a doença da urina preta também foram destaques entre os deputados, durante Sessão Ordinária na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa).
Em seu pronunciamento, o presidente da Comissão Permanente de Saúde, o médico e deputado Jaques Neves, tranquilizou a população e chamou a atenção para o tratamento precoce.
Segundo ele, “não precisa se alarmar, porque não é todo tipo de peixe, alguns peixes de água salgada estão isentos disso. Ainda não se identificou o que está acontecendo. Agora, a população precisa saber que o diagnóstico precoce é importante. Nos primeiros sintomas, é importante procurar um posto de saúde ou UPA. Nesses casos, não é necessário procurar só os hospitais da capital, os postos de saúde nos municípios têm condições de fazerem isso".
A deputada e médica Dra Heloísa Guimarães, que atua como vice-presidente da comissão, disse que a questão exige cautela e ressaltou para o consumo de outras espécies de peixes. “Não devemos decretar no Estado qualquer situação de alerta. É preciso observar as condições sanitárias, mas não significa que temos que parar de comer peixe, apenas evitar as espécies indicadas”, pontuou.
O deputado Orlando Lobato, presidente da Comissão Permanente de Apoio ao Desenvolvimento da Pesca e Aquicultura, na Alepa, revelou preocupação com a economia da atividade pesqueira, devido ao "impacto muito grande nas atividades e para os trabalhadores da pesca, tanto do pessoal que trabalha na captura e no manejo do pescado, quanto na comercialização para a população”,. Ele também destacou que cerca de 150 mil trabalhadores no Pará estão sendo impactados, com a diminuição do consumo de pescado.
Para debater o assunto, uma audiência pública foi requerida para o dia 22 de setembro, com objetivo de discutir junto à academia, órgãos de pesquisas, Sespa e trabalhadores da pesca, medidas e protocolos para evitar avanços nos casos da doença.
“É uma questão nova e preocupante, é um tema de saúde pública e os parlamentares da área médica levaram essas informações. É importante que se faça esses debates na Alepa, para esclarecer melhor a população”, ressaltou o presidente do Legislativo Estadual, o deputado Chicão.
Serviço:
Com o objetivo de prestar orientações à população sobre fabricação e condições do pescado, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) colocou à disposição os canais de atendimentos da Ouvidoria para receber denúncias.
Os telefones são (91) 3210-1101 / 1105 e 1121.
Para contatos via celular, o número é (91) 99392-4264.