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23/09/2017 às 18h29min - Atualizada em 23/09/2017 às 18h29min

A Tradição do almoço do Círio

Saiba tudo sobre o tradicional almoço do Círio e ainda confira duas receitas deliciosas

Luana Lourinho - Jornal In Foco
Fotos: Reprodução
Que nós paraenses somos um povo muito tradicional isso todo mundo sabe, um lugar onde nossa capital já passou dos 400 anos e o Nosso Círio de Nazaré já está na sua 224º Edição é lógico que o almoço do Círio não poderia passar em branco. E todos os anos a mesma coisa se repete, peregrinações, apresentação do Manto de Nossa Senhora, Rodorromaria, Círio Fluvial, Trasladação (procissão noturna no sábado antes do Círio) e no domingo o grande dia!!  A grande procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré.

No domingo acordamos com alvoradas de fogos, sinos em festa, chuva de papel picado, música, devoção, sorrisos de agradecimento, lágrimas de emoção por graças alcançadas, é Maria que vem, trazida pelo povo e ela traz nos braços o seu filho Jesus, o Nosso Salvador, Aquele que morreu na cruz por amor.
Esse é um roteiro bem simplificado dos dias que antecedem o Círio, mas depois que a corda chega à Basílica Santuário e a berlinda chega ao seu destino, o romeiro retorna para casa de alma lavada, cansado, com os pés doloridos depois da caminhada, mas para esse romeiro queridos amigos tem a recompensa do bom promesseiro, o nosso tão esperado “almoço do Círio”.



Vou colocar aqui a minha família por parte de mãe, a família “Caldas da Silva”, onde os patriarcas são Milton e Benedita e onde o almoço do Círio nunca, desde que me entendo de gente, deixou de acontecer, mesmo depois que eles se foram, minha mãe e minhas tias e tios sempre fizeram questão de fazer o almoço depois da grande procissão.



E acontece assim, quem foi na Trasladação não vai ao Círio, ou vai cedo e volta logo para cuidar do almoço, e uma corta os temperos, outra assa o pato, outra verifica o ponto da maniçoba é uma festa, pois para os paraenses que vivem na capital o Círio é o nosso Natal em Outubro. As famílias vão juntas a missa, recebem a visita da Santinha sempre com um delicioso lanche no final de cada peregrinação, tudo é recheado de oração, fé, devoção e comida.
Círio que significa “vela” aquece o coração de todos aqueles que compartilham da nossa fé e até os que não são da nossa religião já disseram para mim “não sou católico, mas tenho que reconhecer que Belém fica mais bonita em Outubro, o ar fica diferente”, esse ar diferente é a presença de Jesus e Maria que invade os corações e nos renova a cada ano que passa.



Voltando ao almoço em família, depois que todos chegam e contam suas histórias e suas impressões da procissão, que são das mais variadas, tipo “eu segurei na mão do Pe. Fábio de Melo”, “eu ganhei uma rosa da Fafá de Belém”, “eu vi a Daryl Hannah na frente do Banpará”, “Tarcísio Meira e Gloria Menezes estavam dentro da corda” e por aí vai, eis que começa a servir o almoço, os mais velhos sempre são o primeiros a sentar a mesa e os mais novos ficam ali em volta e se sentam em qualquer lugar, só para destacar que para os mais novos é uma honra ter um lugar a mesa, isso também é uma tradição na família Caldas da Silva.
Muito mais que uma reunião familiar, o almoço do Círio tem um sentido muito forte para nós, que é a união, o amor em família, é a nossa pela Virgem de Nazaré, é o reconhecimento da paixão de Jesus por nós. Aqui em Canaã dos Carajás acredito que não será diferente, as famílias católicas que irão participar do Círio farão um almoço diferente, pois esse domingo não é igual aos outros e nesse 3º ano de procissão vamos repetir aqui o que fazíamos em Belém, vamos ter o nosso almoço do Círio, com maniçoba e pato no tucupi. Feliz Círio a todos os paraenses e Feliz Círio Canaã dos Carajás.



Receita da Maniçoba:
·       4 kg de maniva (cozida por 10 dias)
·       1/2 kg de charque
·       1/2 de toucinho
·       500 g de bucho de boi
·       500 g costela
·       300 g de bacon defumado
·       300 g de lingüiça defumada
·       300 g de carne de porco
·       2 cebola
·       4 dente de alho
·       pimenta-do-reino a gosto
·       sal a gosto


 
MODO DE PREPARO
  1. Em uma panela bem grande coloque a maniva pré-cozida e acrescente os demais ingredientes: o charque, o bucho, o toucinho (já escaldado) e depois acrescente o restante da receita e os temperos (a cebola bem picadinha, o alho bem amassado, as folhas de louro e a pimenta-do-reino)
  2. O cheiro verde só vai à receita quando estiver quase pronto, deixe cozinhar bastante e acrescente água de vez em quando, pois seca rápido demais e sempre é bom ficar mexendo, pois gruda no fundo da panela. Serve com arroz branco e a farinha de madioca.
 
RECEITA DO PATO NO TUCUPI
·       1 pato de 3 kg
·       3 litro de tucupi
·       5 maços de jambu
·       10 dentes de alho
·       2 cebola
·       1 maço de chicória do Pará
·       sal a gosto
·       2 tomates
·       2 limão
·       1 pitada de pimenta do reino
·       1 colhe de manteiga
·       2 colheres de azeite
·       Pimenta do reino
 

 
MODO DE PREPARO
O PATO:
  1. Limpe o pato e o lave com algumas folhas de chicória e limão
  2. Deixe de véspera na vinha d'alho com alho, sal e pimenta-do-reino
  3. Corte em pedaços e refoge com cebola, alho, tomate bem picado, com a manteiga e o azeite
  4. Asse de panela para amolecer e depois asse de forno até dourar
O TUCUPI:
  1. Ferver o tucupi com sal, dentes de alhos inteiros apenas amaçados, a chicória
O JAMBU:
  1. Lave bem, retire as flores, quando houver, afervente em água e sal até amolecer, escorra e coloque-o no tucupi.
MOLHO DE PIMENTA:
  1. Coloque um pouco do tucupi quente em uma molheira, acrescente a pimenta de cheiro levemente amassada
  2. Quando o pato estiver macio e tostado, junte-o ao tucupi com o jambú e quando ferver estará pronto
  3. Sirva com farinha de mandioca paraense e arroz branco
  

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