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16/11/2023 às 17h52min - Atualizada em 16/11/2023 às 17h43min

Ana Hickmann sofre violência doméstica e denuncia marido. A violência contra mulher não respeita classes sociais, etnias, religião e raça, ela acontece de fato nos lares brasileiros

Redação - jornalinfoco.com
Quando pensamos em violência contra mulheres sempre pensamos em mulheres comuns, na vizinha que apanha do marido, da amiga que sofre violência psicológica, sempre conhecemos um caso ou outro de mulheres que sofrem violência e muitas vezes passam anos até que chega o dia do NÃO! Mas esse dia nem sempre é fácil, pois o companheiro não aceita o “não” ele muitas vezes “acha” que ela nunca será feliz com ninguém e a vê como “sua mulher” no sentido de posse.

O termo “feminicídio” passou a ser usado no ano de 2013 para nomear a crescente violência contra mulheres apenas pelo fato de serem mulheres, foram registrados 13 homicídios femininos por dia e no Mapa da Violência de 2015 esse número cresceu para 19,5. E os números só pioram, pois naquele ano dos 55,30% das mortes, 33,20% aconteceram dentro do ambiente familiar, cometidos por maridos e companheiros dessas mulheres.

 E através de estudos da violência realizada por Nadine Gasman, representante da ONU no Brasil na época, o país tem uma “combinação cruel e extremamente violenta entre o racismo e sexismo” o que piora para as mulheres negras, pois elas estão diretamente expostas à violência, assim como suas relações afetivas são atingidas direta ou indiretamente, seus filhos também estão sujeitos à violência impostas a elas. E mesmo com a promulgação da Lei Maria da Penha em 2006 e de fato a palavra “feminicídio” para dar nome a essa violência os números não param de crescer. Em 2023, o assustador número de 722 mulheres assassinadas de janeiro a junho de 2023, o número de feminicídios registrados no período é o maior da série histórica para o primeiro semestre desde 2019, sendo a região sudeste a que tem as maiores ocorrências em crimes dessa natureza.
E enquanto os números de violência crescem em frente aos nossos olhos, essa semana ficamos surpresos com a notícia de violência doméstica sofrida pela apresentadora da Rede Record Ana Hickmann, que denunciou o marido e seu empresário Alexandre Correa. A notícia vazou na internet e Alexandre ainda escreveu nota dizendo que era mentira e que nada havia acontecido, mas logo voltou atrás e desmentiu sua fala e assumiu a violência contra Ana.
O caso de Ana Hickmann é mais um caso que vem à tona e nos mostra que a violência doméstica é um fenômeno que não escolhe classe social, etnia, orientação sexual, religião, ela simplesmente acontece dentro dos lares brasileiros e essa violência tem um padrão, sempre começa aos poucos, um empurrão, puxões de cabelo até chegar as surras.

As vezes a violência é velada, com palavras que inferiorizam a mulher, algumas vezes ela não tem direito a movimentar seu próprio dinheiro e a mulher começa a dar desculpas de que caiu na cozinha, que se bateu na porta, que caiu do cavalo, que perdeu o cartão do banco, tudo para esconder a vergonha da agressão, de que ela não tem voz diante das ameaças e nem das violências físicas.

Outro dia vimos uma mulher sendo abordada em uma rua de São Paulo, por um homem que a segurou e a fez caminhar com ele, provavelmente essa mulher seria violentada sexualmente, mas graças a um motorista de ônibus que percebeu a ação e juntamente com outros passageiros conseguiu tirara a mulher das mãos do seu algoz. Mulheres não podem andar nas ruas pois são intimidadas no seu direito de ir e vir.
Os telejornais nos mostram todos os dias, mulheres que foram jogadas de prédios, agredidas em academias, tiveram o nome do agressor tatuados nos seus corpos, meninas violentadas por pais, avôs, pelo primo mais velho, inúmeras situações que em uma matéria não seria possível contabilizar, pois elas vivem um terror diário.

Mas por outro lado, existe um levante de outras centenas de outras mulheres que dedicam o seu tempo para dar voz a essas mulheres que sofrem com a violência doméstica. Que se organizam e naquele trabalho de formiguinha vão ajudando mulheres em estado de vulnerabilidade, dando assistência financeira e psicológica em abrigos e casas de acolhimento, mulheres que simplesmente fogem com a roupa do corpo pois sentiram que essa seria a única solução para não serem mais uma nas estatísticas do Mapa da Violência de 2023.

Campanhas por todo o Brasil ensinam como chamar atenção com um sinal de um ‘X” vermelho pintado na mão, ou um código onde ela liga para o 190 e pede uma pizza e o atendente do outro lado já identifica que se trata de violência doméstica ou cárcere privado.
E esse infelizmente não é um assunto que tem fim, hoje foi uma belíssima apresentadora de TV, mulher branca, rica, bem-sucedida que foi agredida na cozinha da sua mansão na frente do filho pequeno e dos funcionários da casa. Agredir para esse homem é tão comum que ele não se preocupa em esconder sua fúria contra a esposa, agride fisicamente na frente do filho, na frente dos funcionários e pelo seu histórico de agressões a outras pessoas e celebridades vê-se que não foi uma briga pontual entre casais, como ele mesmo descreveu “desinteligência entre o casal”.

Ana Hickmann, a sua vizinha ou a sua colega de trabalho, fica aqui a dica para observar se alguém que você conhece está sofrendo violência doméstica, excesso de quedas, marcas nos braços, nas pernas, sempre com a desculpa que “se bateu em casa”. Ou se na rua uma mulher está sendo coagida ou agredida, não fique olhando, faça alguma coisa.
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