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20/04/2021 às 10h51min - Atualizada em 20/04/2021 às 10h51min

Funcionário da Vale morre durante trabalho e família desmente versão da empresa

- Jornal In Foco

Na última semana, um funcionário da Vale morreu durante o expediente de trabalho na cidade de Itaguaí, Rio de Janeiro, na Companhia Portuária Baía de Sepetiba. A Vale afirmou que estava apurando as causas do acidente, que prestou socorro à vítima e que estava dando total assistência à família do falecido empregado.

No entanto, os familiares de Renato Castro de Brito afirmaram que a empresa está mentindo e escondendo detalhes sobre a morte do profissional. Segundo os familiares, a Vale não prestou nenhum atendimento a Renato após o acidente, tendo em vista que ele caiu de uma altura de 30 metros e morreu na hora. Renato teve traumatismo craniano, traumatismo torácico e perfuração no coração. "Era impossível pra ele sair com vida desse acidente. Meu pai morreu na hora" explicou Renato Brito Jr, filho da vítima que fez contato com a redação e destacou que a Vale divulgou mentiras ao Gazeta.

Renato Jr. também fez uma grave denúncia à nossa redação. De acordo com ele, o pai não poderia estar na empresa no dia em que o acidente ocorreu. Jr. mandou para a redação a foto de um check-list da Vale que indica que o seu teste de covid-19, obrigatório na área, estava vencido. "O funcionário estava bloqueado para exercer suas atividades e ainda sim foi autorizado a trabalhar. Quem autorizou?"

De acordo com o filho, houve sérias falhas de segurança na execução do serviço de içamento de carga, da qual Renato pai era especialista. "O trabalho estava sendo realizado no carregador de navios, estavam içando uma peça. Esse trabalho deve seguir protocolos como isolamento da área e é necessário ter um técnico de segurança para isso. Não tinha nenhum no turno. Meu pai foi solicitado para fazer um reparo elétrico; ele fez, mas depois ocorreu o acidente e a Vale está omitindo como isso ocorreu. O CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) dele foi preenchida com código errado, o que impacta na classificação de risco da unidade."

O filho do falecido profissional reiterou ainda que a empresa pode ter "abafado" a morte de Renato, visto que nenhum jornal da região publicou algo referente ao ocorrido. "Meu pai já trabalhou na região em Parauapebas e possui amigos em Carajás. Eles é que nos enviaram a reportagem do Gazeta, pois aqui nada foi publicado - ficou tudo abafado." Segundo amigos, Renato tinha mais de 30 anos de empresa e não 20, como informado anteriormente.

Ainda de acordo com a família, a Vale não está dando nenhuma assistência a eles. Os pais de Renato, que já são idosos, estão sofrendo imensamente pela morte do filho - ambos têm problemas cardíacos. Apesar da morte do profissional ter ocorrido no dia 14 de abril, quarta-feira, ele foi sepultado no dia 17, sábado. "Nem uma ambulância para amparar meus avós a Vale mandou. Eles poderiam passar mal lá na hora e não mandaram nada!"

Emocionado, Renato Jr. revela o estado emocional da família. "A minha família está arrasada. Ele era a coluna da casa. Meus irmãos de 11 e 17 anos, quem vai pagar os estudos deles agora? É revoltante, pois a gente sabe o quanto ele era cuidadoso com a segurança, chegava a ser chato, conforme mencionam amigos de turno. É triste demais."

Diante das graves acusações da família de Renato, a Vale respondeu o seguinte:

A Vale vem prestando toda a assistência necessária à família do empregado e esclarecendo diretamente todas as questões levantadas, de forma a manter a privacidade dos familiares. A empresa esclarece ainda que o empregado realizou teste de Covid - cujo resultado foi negativo - no primeiro dia útil, conforme prevê procedimento.  A Vale lamenta profundamente o ocorrido.


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