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29/08/2017 às 14h37min - Atualizada em 29/08/2017 às 14h37min

Servidores públicos lotam Câmara Municipal em protesto contra projeto que prevê o corte de benefícios

Revoltados, servidores debatem projeto com alguns vereadores e dizem que não vão aceitar a imposição do governo

Kleysykennyson Carneiro - Jornal In Foco
Cerca de 100 servidores públicos municipais estiveram presentes na manhã desta terça-feira (29) na Câmara Municipal de Canaã dos Carajás em protesto contra projeto de lei que prevê corte nos benefícios recebidos. De acordo com os servidores, o projeto é inconstitucional e uma verdadeira afronta contra o trabalhador. Segundo eles, o custo de vida em Canaã é altíssimo e qualquer alteração nos ganhos é prejudicial para a qualidade de vida dos funcionários. Apesar da evidente revolta, o protesto aconteceu de forma pacífica e os servidores foram recebidos pelo presidente da casa, Junior Garra, e os vereadores Vânia Mascarenhas, Élio do Líder e Wilson Leite.
 
O projeto de lei foi enviado ao legislativo na tarde de segunda-feira (28) e tem como base um plano de contingenciamento de gastos. De acordo com a proposta do executivo, a ideia é que se enxugue mais a folha de pagamento e, assim, demissões em massa sejam evitadas. Entre os cortes no plano, está previsto a drástica redução do Vale Alimentação e da insalubridade para os funcionários. Apesar de ser, segundo o executivo, uma válvula de escape para a crise, os servidores mostraram total insatisfação com a medida e discordaram dos argumentos do governo. Alguns servidores disseram, inclusive, que Canaã não enfrenta crise nenhuma, já que a arrecadação do município continua muito bem. Um outro servidor afirmou exaltado: “Isso não é redução! É um verdadeiro assalto ao servidor público municipal!”


 
O presidente Junior Garra acalmou os ânimos e afirmou que a medida não será votada enquanto não houver acordo com a classe. O presidente deixou claro o seu posicionamento durante o debate: “A minha preocupação maior é que se não houver um ajuste, haverá centenas de demissões. E isso eu já não concordo. Sou contra as demissões.” Quando questionado por um servidor exaltado, o presidente respondeu: “Eu sou favorável a uma maior qualidade de vida por parte do servidor, quando assumi em Câmara em janeiro, a primeira coisa que fiz em fevereiro foi dar um aumento ao servidor do legislativo. Ou seja, isso o que o senhor está falando não é direcionado a mim.”


 
A servidora pública Juliana também fez o uso da palavra e lembrou que existe uma cadeia empregatícia em torno do funcionário público municipal: “Com um corte deste tipo, o servidor vai ter que demitir a auxiliar doméstica, vai comprar menos no supermercado, entre outras coisas. No fim, acabaremos por ter desemprego também.” Juliana lembrou ainda dos funcionários com cargos comissionados: “O servidor concursado precisa ser preservado, tem muita gente aqui que fez empréstimo consignado e precisa pagar. Antes de mexer no concursado, tem que ver a quantidade de comissionados que tem aí” disse.
 
Após o protesto realizado na plenária do legislativo, uma reunião foi marcada para a tarde, na Prefeitura Municipal, para nova discussão do assunto.
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