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18/12/2018 às 15h51min - Atualizada em 18/12/2018 às 15h51min

Na véspera do Natal, comércio de Marabá paralisa com greve de ônibus

Funcionários exigem salário e 13º atrasados, empresas se queixam de dívidas e falta de dinheiro para quitar a folha, entidades do comércio lamentam e usuários ficam ao deus-dará

- Jornal In Foco
Zé Dudu
Zé Dudu
O comércio da Marabá Pioneira, Cidade Nova e Nova Marabá amanheceu nesta terça-feira, dia 18, em clima de velório com a falta do consumidor, que era aguardado na reta final das compras de final de ano, principalmente Natal e Ano Novo.

Os 380 motoristas e cobradores que trabalham nas duas empresas de transporte público em Marabá cruzaram os braços a partir de 6 horas e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Sul e Sudeste do Pará (Sintrarsul), Geraldo Dean Silva, estima que a paralisação atinge os 40 mil usuários diários do transporte coletivo na cidade. No máximo 14 veículos estão nas ruas, o que corresponde a cerca de 30% da frota, que é utilizada atualmente.

Ainda de acordo com Geraldo Dean, as dívidas que as empresas acumulam com o trabalhador vão desde dois meses de auxílio-alimentação, salário do mês de novembro e primeira parcela do 13º salário. O sindicalista pede desculpas aos usuários do transporte público em Marabá, mas deixa claro que o trabalhador não vê outra saída neste momento.

Ainda de acordo com Geraldo Dean, durante a reunião da última sexta-feira (14), nem as empresas e tampouco a prefeitura mostrou interesse em resolver a situação do transporte público em Marabá.

O advogado do Sintrarsul comunicou oficialmente nesta segunda-feira a Prefeitura Municipal e também o Ministério Público Estadual sobre a paralisação. “Decidimos tomar essa decisão para chamar a atenção das autoridades sobre esse problema que os trabalhadores estão vivendo”, explica.

Por outro lado, o responsável pela empresa TCA em Marabá, João Martins, reconhece que realmente a empresa enfrenta dificuldades financeiras para operar na cidade, tanto é que passa por situação de recuperação judicial, porém afirmou que tem usado o lucro diário dos ônibus para fazer o pagamento dos funcionários, e que uma paralisação só piora a situação financeira da empresa e, consequentemente, os repasses aos funcionários.

Para o presidente do Sintrarsul, a construção de um terminal de integração – como ocorre nas grandes cidades do País – é uma saída para melhorar o transporte, mas os trabalhadores do setor não podem esperar pela construção dessa estrutura para poderem receber os seus direitos que estão atrasados.

Curiosamente, as duas empresas que mantêm a concessão do serviço em Marabá procuraram o município para propor a construção do terminal, que seria bancado por elas, num investimento de R$ 1,2 milhão. O local escolhido fica na Avenida Verdes Mares, na Nova Marabá (entre as Folhas 22 e 23), uma área pública, cuja construção depende de aprovação da Câmara Municipal de Marabá (CMM), mas o projeto ainda não foi analisado, votado e aprovado. Se não conseguem pagar os salários dos próprios funcionários, como conseguirão verba para construir o referido terminal?
 
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