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19/02/2024 às 18h25min - Atualizada em 19/02/2024 às 18h20min

A imprensa de Canaã deve apoiar Josemira ou Jeová?

Kleysykennyson Carneiro - jornalinfoco.com
Gazeta Carajás

Andei conversando com amigos nas últimas semanas e o tema que permeia toda e qualquer discussão no sul e sudeste do Pará é o mesmo: as eleições de Canaã. Ao que parece, as indecisões de Darci Lermen em Parauapebas e Tião Miranda em Marabá são muito menos interessantes do que o conflito entre o criador e criatura, que se desenha na Terra Prometida. De um lado, a atual prefeita Josemira, advogada eleita em 2020. Do outro, Jeová Andrade, prefeito por dois mandatos e símbolo da luta de Canaã por existência e afirmação.

Entre tantos setores da sociedade que se posicionam e escolhem um lado, um debate quase filosófico veio à tona: qual deve ser o posicionamento da imprensa de Canaã? Tevês, rádios, portais de notícia, podcasts e afins devem escolher o lado governista, de Josemira, ou a oposição feita por Jeová?

A resposta é óbvia e básica: a imprensa de verdade não deve escolher lado nenhum. Ainda assim, há quem pense o contrário.

Em uma cidade relativamente pequena, espera-se que os cidadãos se posicionem. Como a imprensa é composta por cidadãos, logo figuras de poder exigem mais do que neutralidade em uma disputa tão acirrada.

Eis, então um paradoxo: se o papel da imprensa é buscar imparcialidade a todo custo, escolher lados não é justamente renunciar ao próprio sentido de sua existência? A resposta é sim.

À imprensa não cabe o papel de trazer conforto a governantes, de se calar diante de problemas ou mesmo elogiar acertos. Não. À imprensa cabe o trabalho de noticiar o que é bom e o que é ruim, o que é utilidade pública e o que ameaça o bem comum.

Tenho consciência, no entanto, de que falo o que todos sabem, mas que poucos respeitam. Figurões da política local já exigem posicionamento, cobram fidelidade da imprensa (wtf?!) e usam a arma mais letal de todos contra o jornalismo sério: o medo.

Em momentos assim, vale a imprensa lembrar-se sempre que não deve favor nenhum a nenhum poder existente: a imprensa é um dos poderes que sustentam a república, o quarto deles. Obrigatoriamente, todos os poderes devem ser independentes e conviverem sempre em harmonia. Harmonia, que fique, claro – não subserviência.


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