O Estado do Pará é rico por sua natureza, pela diversidade artística e cultural, pela sua culinária premiada e enaltecida dentro e fora do país. No mês de agosto a capital Belém foi sede da Cúpula da Amazônia e recebeu oito (08) chefes de estado e seus representantes onde assinaram acordos que visam a defesa da floresta amazônica e seus povos, o “desmatamento zero até 2030” foi um dos itens discutidos pelos membros dos países. E tivemos que assistir o apresentador Willian Waack da CNN Brasil, interromper a fala de uma convidada para dizer que o colega dele estava “falando lá do meio do mato” se referindo a capital paraense.
O governador Helder Barbalho que é um grande divulgador da nossa cultura e constumes em suas redes sociais, subiu no palco do Global Citizen Festival, em Nova York, e anunciou que vai criar a terceira unidade de conservação do meio ambiente este ano, totalizando 29 áreas no Estado e as terras de Kaiaby e a Munduruku. Em uma política de preparação para a COP30 que será realizada em 2025.
A Seleção Brasileira fez sua estreia nas Eliminatórias para a Copa do Mundo esteve no começo do mês em Belém e no renovado estádio do Mangueirão derrotou por 5 a 1 a Seleção Boliviana e a torcida paraense marcou presença e enfeitou de verde e amarelo as arquibancadas e levaram à capela o hino nacional brasileiro como o mesmo entusiasmo de 2011, quando a torcida não parou de cantar mesmo com o fim da execução no sistema de som do estádio, criando um marco em jogos da Seleção.
Esta semana a cantora Gaby Amarantos foi indicada ao Grammy Latino e o vídeo onde ela recebe a notícia e mostra toda sua emoção pelo reconhecimento do seu trabalho de mais de 20 anos viralizou na internet e nas redes sociais.
Só que na mesma semana ela foi convidada a dar uma entrevista programa Radar na Rádio Nova Brasil FM com sede em São Paulo na última sexta-feira (22) e quando foi para tocar a sua música, ela ouviu da rádio que “a música não se enquadrava aos ‘ouvidos elevados’ do público da rádio”.
“Fui convidada a falar da minha carreira e dei meu tempo para conversar sobre a importância cultural do Norte, mas, na hora de tocar tecnobrega, tive que ouvir que as músicas não se enquadravam aos ouvidos do público ‘elevado’ da rádio”, contou Gaby, que é paraense.
Em seu relato, ela diz ter ficado em choque com a situação: “Na hora pensei: isso está mesmo acontecendo? Sabe quando você passa por uma situação em que precisa de tempo para processar e perceber que sofreu preconceito?”, disse, questionando que ainda que a rádio tenha direito de tocar o que quiser em sua programação, não entendia a razão de convidar uma artista para o estúdio e não tocar sua música de trabalho indicada ao Grammy Latino. A indicação para o prêmio veio essa semana, com a música TecnoShow.
O Estado do Pará e o povo paraense são maiores que o preconceito instaurado nas demais capitais do Brasil em relação ao Norte e Nordeste do país, somos todos brasileiros e temos sim nossas diferenças e nos manifestamos através delas, nossa fala, nossa comida, hábitos e até a nossa fé é particularmente nossa. Antes da pandemia da COVID-19, capital Belém chegou a recebe 1 milhão de turistas por ano, que chegam em nosso território ávidos em experimentar os nossos sabores, em conhecer a nossa música e querem tomar o verdadeiro açaí, servido com peixe frito e farinha baguda.
Então já deixamos bem claro aqui que “somos do mato e da beira do rio”, que Gaby Amarantos é a nossa “Beyoncé paraense” e ouvimos tecnobrega, que cantamos à capela o Hino Nacional e que o nosso governador come peixe frito com açaí.
