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01/08/2019 às 11h32min - Atualizada em 01/08/2019 às 11h32min

Polícia indicia por homicídio 26 presos que estavam no caminhão onde 4 detentos foram mortos no Pará

Detentos eram transferidos para a capital após a briga entre facções que resultou no massacre do presídio de Altamira.

- Jornal In Foco
G1
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A Polícia Civil indiciou por homicídio os 26 presos investigados pelas quatro mortes ocorridas dentro de um caminhão cela no transporte de detentos de Altamira para Belém na noite de terça-feira (30). Eles devem ser ouvidos em audiência de custódia pela Justiça em Marabá a partir desta quinta-feira (1º).
 
·         Veja a lista dos mortos
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Os presos estavam sendo transferidos para a capital após a briga entre facções que resultou no massacre no Centro de Recuperação Regional de Altamira, sudoeste do Pará. Na unidade penal, 58 detentos morreram. Com as quatro mortes na transferência, chega a 62 o número de vítimas do massacre.
 
A perícia confirmou que os quatro mortos no caminhão cela foram estrangulados. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup), o caminhão era dividido em quatro celas e seguiria exigências feitas pelo Departamento Penitenciário Nacional. As mortes foram entre entre os municípios de Novo Repartimento e Marabá.
 
Segundo o secretário Uálame Machado, a viagem ocorreu normalmente até o município de Novo Repartimento, quando o sinal das câmeras de monitoramento do baú do caminhão começou a falhar. Os detentos, de acordo com o secretário, estavam separados em quatro celas dentro do veículo que são monitoradas por câmeras de vídeo.
 
"É um modelo de caminhão utilizado nacionalmente, organizado para transporte de detentos, que vieram algemados. Em Marabá, foi averiguada a situação de três mortos e um, que ainda tentou-se salvar, mas morreu", disse.
 
De acordo com a Segup, os mortos são da mesma facção (Comando Classe A) e ocupavam a mesma cela no Centro de Recuperação Regional de Altamira e foi essa facção que atacou integrantes do Comando Vermelho, facção rival.

Massacre

 

O massacre no presídio de Altamira, sudeste do Pará, começou após um grupo de presos render agente penitenciário que encontrou facas e estoques durante revista, de acordo com o secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil do Pará (OAB-PA) Eduardo Imbiriba.
 
 Segundo o secretário, após a rendição do agentes, integrantes do facção criminosa Comando Classe A (CCA) invadiram o anexo onde estavam detentos que pertenciam ao Comando Vermelho (CV) e os homicídios foram realizados com as armas brancas que estavam escondidas.
 
De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), 41 morreram asfixiados e 16 foram decapitados. Na terça, mais um corpo foi encontrado carbonizado nos escombros do prédio.
Um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) considera o presídio de Altamira como superlotado e em péssimas condições. No dia do massacre, havia 311 custodiados, mas a capacidade máxima é de 200 internos. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Pará, dos 311 presos, 145 ainda aguardavam julgamento.
 

Covas foram feitas para enterro de presos em Altamira. — Foto: Reprodução/ TV Liberal
 

Liberação dos corpos

 

O Instituto Médico Legal (IML) informou na quarta que encerrou a necropsia dos 58 corpos de vítimas do massacre. De acordo com o órgão, 27 corpos foram liberados às famílias e os 31 restantes precisarão passar por exames de DNA para terem o reconhecimento concluído.
 
Ainda segundo o IML, o trabalho concluído foi feito por peritos criminais e peritos médico legistas da própria Unidade Regional de Altamira; um perito odontologista forense, que foi deslocado de Belém; e uma equipe de peritos criminais do Laboratório de Genética Forense, do Instituto de Criminalística (IC), que realiza os exames de DNA.
 

Força-Tarefa

Quarenta agentes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) chegaram na quarta em Belém. Eles ficarão no estado pelo período de 30 dias e vieram depois do pedido de apoio do governo do Pará ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
 
Os agentes da FTIP devem trabalhar em atividades de guarda, vigilância e custódia de presos, além de participar do treinamento dos 642 agentes penitenciários classificados no último concurso da Superintendência do Sistema Penitenciário (Susipe) e chamados de forma urgente pelo governo.
 
 
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