Governo do estado culpa seca severa pelo aumento dos incêndios florestais, que são desafio para brigadistas, que lutam para salvar a floresta do fogo. As queimadas em grande escala deixam cidades encobertas de fumaça
Para ambientalistas, as mudanças climáticas ajudaram a elevar a temperatura, em um período normalmente mais seco, facilitando a propagação do fogo em áreas de mata. Na região sudoeste do estado, equipes foram reforçadas para controlar o avanço das queimadas em Altamira, município com mais focos de incêndio do Brasil. O trabalho dos bombeiros é marcado pela sobrecarga.
No sudeste do Pará, a situação não é diferente. Cidades como Parauapebas, por exemplo, estão com o céu cinza divido a fumaça.
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Céu de Parauapebas está cinza por conta das queimadas - Foto: NNC |
"Nós temos uma demanda reprimida que não conseguimos atender, porque são vários incêndios, às vezes, no mesmo horário", relata o major Saimo Costa. "Demandaria um poder operacional gigantesco, então a gente utiliza técnica para proteger residências e o bem das pessoas".
"Teve dias que eu não consegui chegar perto do fogo, teve dia que a gente cortou mais de 10 árvores no caminho para chegar com carro ou moto", conta o bombeiro Júlio César Galúcio.
"São árvores gigantes e você passa o dia todo cortando árvores só para ter acesso ao incêndio dentro da floresta", diz ele.
A fumaça chega até a cidade, causando cenário de poluição e até atrapalhando a visibilidade de motoristas, além de prejudicar a saúde dos moradores.
O uso do fogo em áreas de mata é comum para renovação de pasto, limpar terrenos e até desmatar ilegalmente a floresta. São algumas das principais causas das queimadas. A seca severa só agrava a situação.
"Isso mostra que os governos, seja na escala estadual, federal, precisam agir rapidamente e com nível maior de ambição", sugere Cristiane Mazetti, porta-voz do Greenpeace Brasil.
"É importante ter tido mais ações preventivas, mas agora, acho que é um lembrete pra que, nos próximos anos, os governos estejam melhor preparados para esse cenário, invistam em questões de adaptação das mudanças climáticas, controle e prevenção do desmatamento, das queimadas, e em ações emergenciais quando o problema já se instalou, que é o caso de agora".
Em nota, o governo do Pará disse que vem reforçando, desde julho, prevenção e combate aos incêndios florestais, mas que a seca intensa tem se mostrado "desafiadora".
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que trabalha para aumentar os o número de brigadistas na região, além de drones para o monitoramento da área. Duas aeronaves dão apoio no combate aos incêndios.