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03/11/2023 às 10h09min - Atualizada em 03/11/2023 às 10h09min

Pará registra pior índice de queimadas do Brasil e tem o segundo pior mês de outubro em 25 anos, aponta Inpe

g1

Governo do estado culpa seca severa pelo aumento dos incêndios florestais, que são desafio para brigadistas, que lutam para salvar a floresta do fogo. As queimadas em grande escala deixam cidades encobertas de fumaça 

Belém/PA - O Pará teve o maior número de queimadas no Brasil, entre janeiro e outubro de 2023, segundo dados do Instituto Nacional Espaciais (Inpe). Foram 31.119 focos de incêndio registrados. O estado teve o segundo pior mês de outubro em 25 anos.

Para ambientalistas, as mudanças climáticas ajudaram a elevar a temperatura, em um período normalmente mais seco, facilitando a propagação do fogo em áreas de mata. Na região sudoeste do estado, equipes foram reforçadas para controlar o avanço das queimadas em Altamira, município com mais focos de incêndio do Brasil. O trabalho dos bombeiros é marcado pela sobrecarga.

No sudeste do Pará, a situação não é diferente. Cidades como  Parauapebas, por exemplo, estão com o céu cinza divido a fumaça.

 

Céu de Parauapebas está cinza por conta das queimadas - Foto: NNC

"Nós temos uma demanda reprimida que não conseguimos atender, porque são vários incêndios, às vezes, no mesmo horário", relata o major Saimo Costa. "Demandaria um poder operacional gigantesco, então a gente utiliza técnica para proteger residências e o bem das pessoas".

 

Na reserva extrativista Tapajós Arapiuns o céu foi encoberto pela fumaça. A área fica na região oeste do estado, que vem sendo castigada pela seca. Mesmo com uso do proibido de fogo dentro da reserva, os brigadistas encontram no caminho da mata é fechada vários focos de incêndio podem ser vistos, e animais com sede. As equipes percorrem distâncias enormes para combater as chamas.

 

"Teve dias que eu não consegui chegar perto do fogo, teve dia que a gente cortou mais de 10 árvores no caminho para chegar com carro ou moto", conta o bombeiro Júlio César Galúcio.

 "São árvores gigantes e você passa o dia todo cortando árvores só para ter acesso ao incêndio dentro da floresta", diz ele.

A fumaça chega até a cidade, causando cenário de poluição e até atrapalhando a visibilidade de motoristas, além de prejudicar a saúde dos moradores.

O uso do fogo em áreas de mata é comum para renovação de pasto, limpar terrenos e até desmatar ilegalmente a floresta. São algumas das principais causas das queimadas. A seca severa só agrava a situação.

"Isso mostra que os governos, seja na escala estadual, federal, precisam agir rapidamente e com nível maior de ambição", sugere Cristiane Mazetti, porta-voz do Greenpeace Brasil.

"É importante ter tido mais ações preventivas, mas agora, acho que é um lembrete pra que, nos próximos anos, os governos estejam melhor preparados para esse cenário, invistam em questões de adaptação das mudanças climáticas, controle e prevenção do desmatamento, das queimadas, e em ações emergenciais quando o problema já se instalou, que é o caso de agora".

Em nota, o governo do Pará disse que vem reforçando, desde julho, prevenção e combate aos incêndios florestais, mas que a seca intensa tem se mostrado "desafiadora".

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que trabalha para aumentar os o número de brigadistas na região, além de drones para o monitoramento da área. Duas aeronaves dão apoio no combate aos incêndios.

 


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