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24/07/2023 às 11h54min - Atualizada em 24/07/2023 às 11h54min

Pequenos mineradores de Canaã acusam Vale de forjar denúncias de crimes ambientais

Pequenos garimpeiros dizem que a Vale faz pressão em cima deles para proteger enorme quantidade de ouro existente no subsolo de Canaã

Kleysykennyson Carneiro
Gazeta Carajás
 
Após duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) realizadas pela Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) e Câmara de Vereadores de Marabá apontarem que a Vale deve quase meio bilhão de reais à Canaã e Marabá, a Vale está no centro de mais uma polêmica envolvendo a mineração no sudeste do Pará. Uma denúncia foi feita por um grupo de pequenos mineradores de Canaã dos Carajás e publicada em primeira mão pelo portal Debate Carajás.

O grupo de garimpeiros acusa a multinacional de forjar denúncias de supostos crimes ambientais. Segundo eles, a empresa paga as despesas e volumosas diárias para agentes públicos das fiscalizações realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Guarda Patrimonial da Vale e a Polícia Federal (PF) durante as “fiscalizações”, na Vila Nova Jerusalém, “Vila 13” e Vila Serra Dourada, locais onde se encontra uma grande quantidade de ouro misturado ao cobre.

De acordo com as denúncias recebidas e divulgadas pelo Debate, a Vale faz pressão contra os garimpeiros para proteger uma grande quantidade de ouro existente no subsolo de Canaã, em especial da zona rural do município. Como a gigante multinacional extraiu 7,7 milhões de toneladas de cobre das minas Sossego e Salobo, no período de 2012 a 2022, resultando em uma arrecadação de R$ 65,4 bilhões, dos quais pagou apenas R$ 1,2 bilhão em CFEM, não “pegaria bem” para o Poder Judiciário, PF, IBAMA e ICMBio estarem próximos a uma empresa que, segundo as CPIs, sonegou cerca de R$ 446,7 milhões, em 10 anos

Segundo a Cooperativa de Garimpeiros Mineradores do Estado do Pará (Coogmep), a Vale acusa a mineração artesanal de uma suposta poluição de rios e igarapés para obter uma ordem judicial e incendiar os barracos e maquinários durante as fiscalizações, mas, na verdade, com essas ações, a empresa visa a impedir que os moradores tenham acesso à grande quantidade de ouro existente no entorno da Vila Nova Jerusalém. Para os pequenos mineradores de cobre, diante do desvio de toneladas de ouro, a Vale vai passar a enfrentar problemas para organizar novas ações dos órgãos fiscalizadores.

A gigante da mineração é acusada de deixar a hospedagem sempre paga em três grandes hotéis de Parauapebas para abrigar os agentes públicos durante as operações de fiscalização.

A Vale negou as acusações de sonegar quase meio bilhão de reais e afirmou que sempre pagou tudo o que lhe é obrigatório.
 
(Com informações do portal Debate Carajás)

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