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10/04/2022 às 11h48min - Atualizada em 10/04/2022 às 11h48min

Trânsito no Pará tem média de quatro mortes por dia

Dados fornecidos pelo Detran mostram alto índice em relação a 2021

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Estatísticas do Departamento de Trânsito do Estado (Detran) mostram que, em 2020, foram registrados 10.555 acidentes de trânsito em todo o Pará, com 1.438 envolvendo vítimas fatais, o que dá 3,9 mortes a cada dia. Em 2021 os registros somaram 9.626, resultando em 1.204 óbitos, equivalente a 3,3 vítimas fatais a cada 24 horas. A falta de atenção dos condutores foi a principal causa nos dois anos.

Os dados do departamento apontam ainda que em 2020 e 2021, 865 e 701 motociclistas perderam a vida no trânsito, respectivamente. Quanto aos condutores, em 2020 e 2021 foram 100 óbitos na categoria em cada ano. Apesar da redução no número de registros, tanto de acidentes como de óbitos, os números continuam elevados e preocupam.

E a quantidade alta de acidentes graves acaba se refletindo nos atendimentos do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), referência em traumas e queimados no Norte do Brasil. Segundo a unidade, 4.562 pessoas foram atendidas em decorrência de acidentes de trânsito em 2020, dos quais 2.716 precisaram de internação e 173 morreram. Em 2021, foram 4.397 pacientes, com 2.690 internados e 186 óbitos relacionados a acidentes de trânsito, resultando num aumento de 13 mortes de um ano para o outro.

Já nos três primeiros meses deste ano (janeiro a março), foram 1.035 atendimentos a pessoas acidentadas no trânsito, com 603 internações e 45 óbitos. Os pacientes atendidos no HMUE são oriundos principalmente dos municípios de Belém, Ananindeua e Marituba.

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Renata Coutinho, diretora técnica do HMUE, diz que a redução nos atendimentos e nas internações foi pequena. Mas por outro lado, segundo a médica, a gravidade das ocorrências pode ter aumentado. “Não há como afirmar com toda a certeza, mas esse crescimento na gravidade dos registros pode ter ocorrido em decorrência do aumento do número de mortes de 2020 para 2021”, calcula.

Segundo a diretora, os acidentes mais graves que chegam ao hospital e que terminam em óbito decorrem de atropelamentos com motocicletas, já que grande parte das ocorrências envolve traumatismo crânio-encefálico, principalmente pelo não uso do capacete que, quando não causam a morte, deixam sequelas graves como invalidez temporária e muitas vezes definitiva. “Como as mortes cresceram podemos deduzir que houve aumento no número de motos em circulação, até por causa dos reajustes crescentes dos combustíveis verificados nos últimos meses, forçando muitas pessoas a deixarem e andar de carro”, opina.

A especialista diz que o principal remédio para reduzir o número de mortes no trânsito é a direção segura, evitando dirigir após a ingestão de bebida alcoólica e usar moto sem capacete. “Paralelo a isso, o poder público precisa desencadear não apenas campanhas educativas, mas também de vigilância relacionadas a essas práticas seguras no trânsito. O Hospital Metropolitano já faz esse trabalho de educação tanto com seu corpo funcional, como com os pacientes e acompanhantes tanto dentro na unidade, como nas ruas”, destaca.

Fiscalização procura inibir irregularidades

Nas rodovias estaduais, de jurisdição do Detran, o órgão afirma que realiza operações de fiscalização de rotina e em feriados prolongados, com o objetivo de coibir infrações que possam levar a acidentes graves.

As operações, segundo o departamento, têm como foco o combate à alcoolemia, excesso de velocidade, falta do uso do capacete e outros fatores de risco. Além disso, o Detran realiza ações educativas durante todo o ano para conscientizar os condutores sobre comportamento seguro no trânsito.

Rafael Cristo, advogado e consultor na área de trânsito, diz que a redução do número de acidentes pode estar ligado diretamente à redução da quantidade deslocamentos ocorridos nos dois últimos anos em razão da pandemia e das medidas sanitárias decretadas.

“No aspecto quantitativo os números caíram, mas no qualitativo os volumes de ocorrências e óbitos continuam altos. Os responsáveis pela condução do trânsito nas cidades e no Estado precisam entender a morfologia dessas ocorrências e diagnosticar os motivos dos acidentes e trabalhar ações educativas para sensibilizar os usuários da via”, coloca.


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