Uma “tragédia anunciada” é como está sendo tratado o naufrágio da embarcação Bom Jesus IV, quando saiu de Belém rumo ao município de Ponta de Pedras, no Arquipélago do Marajó, na tarde desta terça-feira (25). Embora não houvesse feridos, restou a todos os 60 passageiros os traumas diante um desenrolar que, por muito pouco, não se encerrou da pior forma.
"Não tem acidente que não tenham motivações, que não tenham causas. A gente vem denunciando esse catamarã há quatro anos!", relata um denunciante. "Essa empresa é clandestina, não tem compromisso com nada. Quantas vezes essa empresa já ficou à deriva na baía com a água entrando [no casco]? É uma tragédia anunciada!", desabafa.
A invasão da água na embarcação foi testemunhada pelos passageiros da Bom Jesus IV, o que possibilitou uma ação rápida também por parte da tripulação, com o comandante levando o navio até uma praia mais próxima, a Mangabeira. Nesse lugar, foi possível aguardar a chegada de um resgate, sendo cumprido sem dificuldades.
Tragado pelos rios
Por volta de 20h, horas após o resgate das 60 pessoas, o catamarã já estava coberto pelas águas agitadas.
“Sentou já. Não tem mais o que fazer. Vamos soltar aqui da balsa. Resta agora só sinalizar e amanhã damos um jeito”, diz um dono de embarcação presente no resgate das vítimas, se referindo também à importância de indicar o local exato onde a embarcação ficou submersa para garantir a segurança da rota fluvial.
