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04/07/2017 às 21h57min - Atualizada em 04/07/2017 às 21h57min

Polícia Federal inicia reconstituição do caso da Fazenda Santa Lúcia

Sílvia Lopes - Jornal In Foco
Os trabalhos  iniciaram por volta das dez horas da manhã desta terça-feira (04),  e seguem até o próximo domingo. A reconstituição será divida em etapas, na primeira que será realizada nos dois primeiros dias, serão ouvidos os posseiros sobreviventes e testemunhas. Quinta e sexta, será a vez dos policiais civis e militares, no sábado e o domingo estão previstos para para a  conclusão. “A simulação será feita individualmente, nós vamos ouvir todos os envolvidos. A reprodução permite esse confronto entre as várias provas que a gente já tem”, destacou Jesus Antônio, perito criminal.
 
Um total de 60 atores figurantes e mais de 60 policiais, entre eles federais e do grupamento tático militar, participarão da reconstituição que é considerada a maior já realizada no brasil. A expectativa é que os laudos fiquem  prontos em até duas semanas após a reprodução simulada. O caso está sendo conduzido pela Polícia Federal de Redenção, coordenada pelo delegado Josiel Brito e envolve aproximadamente 100 pessoas. “Para entender o que ocorreu, nós usaremos toda a logística disponível, inclusive,  faremos uso de armas similares às mesmas  que foram utilizadas no dia do ocorrido”, disse o delegado da PF, Josiel Brito.
 
Cinco pessoas que foram inseridas no programa de proteção a testemunhas devem participar da reprodução.  A representante do Conselho Nacional de Direitos Humanos, Diana Calazans também está na região. “Eu estou aqui para acompanhar o trabalho e atuar como representante do órgão central da polícia federal. Estamos fazendo um mapeamento da situação para que eventualmente, a gente consiga fornecer mais algum suporte, de efetivo policial de outros locais, por exemplo, de acordo com a demanda aqui da equipe de investigação”.
 
Um drone foi utilizado pelos federais para auxiliar na reprodução das imagens aéreas. O promotor de justiça do Estado do Pará, Alfredo Martins, esteve na fazenda, mas deixou o local, segundo ele, a pedido da polícia federal. “É um critério deles, então eu vou respeitar, eles têm o motivo deles, então eu vou retirar o meu pessoal. Eu estou acompanhando um ato de um procedimento investigatório que é inquisitório. Mas já está claro para o Ministério Público,  que o que houve aqui foi uma execução”.
 
A reconstituição é fundamental para saber o que de fato ocorreu no último dia 24 de abril na fazenda Santa lúcia, zona rural do município de Pau D’arco, quando uma operação envolvendo 29 policiais, 8 civis e 21 militares, resultou na morte de 10 pessoas. Os policiais haviam se deslocado até a propriedade para cumprir 14 mandados prisão à cerca de morte do segurança Marcos Batista Ramos Montenegro, ocorrida no final do mês de abril. “Em nenhum momento da investigação, já está claro a individualização, o que cada um fez naquele dia e em que local, em que altura aquele ato foi praticado, por isso, essa perícia federal é indispensável e super útil para um futuro jurado, visualizar a questão, não adianta apenas o promotor, o delegado visualizar, um futuro operador da justiça precisa ter essa imagem viva dentro dele, para poder fazer um juízo de valor da conduta de cada um dos atores desse dia”, concluiu Brito.
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