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22/05/2024 às 08h40min - Atualizada em 22/05/2024 às 08h40min

Parauapebas: Governo faz promessa eleitoreira, recua e deixa população do Tapete Verde à própria sorte

O governo, durante período eleitoral, prometeu desapropriar a área, para assentar as famílias que ocupam a propriedade, que é titulada e pertence hoje aos herdeiros do fazendeiro Valdemar Rodrigues do Vale. Agora, após a Justiça dá prazo para que o município fizesse o levantamento, para fins de desapropriação, a prefeitura, através da Procuradoria Geral do Município, peticionou, nesta terça-feira (21/5), na Vara Agrária de Marabá, dizendo não ter mais interesse na área

 

 Advogado Claudion Moraes, ao lado do colega Edimar Júnior, que defende a família proprietária do Tapete Verde

 

 

Parauapebas/PA - Após fazer promessas às famílias que ocupam a fazenda conhecida como Tapete Verde, de que iria desapropriar a área em benefício delas, a Prefeitura de Parauapebas recuou e, através da Procuradoria Geral do Município, peticionou na Vara Agrária de Marabá, dizendo não ter mais interesse na aquisição da propriedade.

A decisão, peticionada nesta terça-feira (21/5), ocorre um dia antes da vistoria que o juiz federal responsável pelo caso vai realizar na propriedade, nesta quarta-feira (22/5), e a dois dias da audiência para tentar solucionar definitivamente a situação, que se arrasta há 19 anos, que ocorre nesta quinta-feira (23/5), em Parauapebas. O recuo da prefeitura, após ter peticionado como parte interessada na desapropriação, causou indignação nos herdeiros e nas  famílias que ocupam a terra .

Segundo o advogado, Claudion Moraes, que defende os proprietários da fazenda, a área há muito vem sendo usada como moeda de troca por votos por políticos, que não têm nenhum interesse em resolver a questão, apenas fazer barganha eleitoreira.

Ele observa que a decisão, às vésperas da audiência para tentar chegar a um consenso sobre a área ocupada, é mais uma tentativa do município de postergar uma solução e continuar usando a propriedade como moeda de troca em período eleitoral. O advogado enfatiza que candidatos- a prefeito, vereador e deputado - têm usado a propriedade, nos períodos eleitorais, como este ano, para enganar os posseiros e conseguir voto com a promessa que irão buscar uma 'solução' para a situação.

Com isso, se passa mais dois anos, quatro anos, e nada é feito e só quem está sendo prejudicado é a família herdeira, assim como os próprios invasores, que, a qualquer momento, podem ser despejados, já que a área é titulada e tem donos.  

 O advogado destaca que a intensão do município nunca foi, de fato, resolver a situação, mas sim ter sempre uma bandeira para usar como troca de votos. Tanto, que na audiência realizada no dia 14 de março, não enviou representante e, agora, às véspera de outra audiência, decidiu que não tem mais interesse na desapropriação da área, alegando que isso demanda recurso.

No entanto, agora, mesmo com o recuo do município, a Justiça deve dar sequência ao processo e determinar a imediata desapropriação da área em favor dos proprietários. O advogado destaca que o município, à revelia e de forma ilegal, construiu escola, estrada e poço artesiano na fazenda, dando a falsa ilusão aos posseiros que iria desapropriar a área.

"O município de Parauapebas usurpa o bem particular com intuito de angariar votos. Esse é o objetivo do município e dos políticos. A cada eleição eles [prefeito, vereador, deputados..] vão até lá e fazem promessa de resolver a situação e dar título da terra aos que estão ocupando a área. No entanto, ninguém resolve nada. O local é palco de promessas fantasiosas e de ilusão com a população do local, sempre sendo usado como moeda de troca por votos, mas, quando chega a hora de resolver, o município fica omisso e posterga com intuito de mais uma eleição", diz Claudion. 

Propriedade-  A área localizada na zona rural de Parauapebas tem sido alvo de invasão desde 1999. Já foram feitas várias desocupações, mas a área volta a ser invadida, assim como o processo vinha se arrastando a passos lentos, mas este ano a Justiça deve resolver definitivamente o caso. As terras pertenciam a Valdemar do Vale e foi herdada por seus filhos. 

O NNC tentou mas não conseguiu contato com o município e os advogados das famílias que ocupam a área. O espaço, no entanto, está aberto para que exponham suas versões sobre o caso.

 

 

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