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10/04/2024 às 14h28min - Atualizada em 10/04/2024 às 14h28min

Com alta de 0,53% em alimentos, inflação sobe 0,16% em março

Variação do índice geral é a menor para março desde 2020. Em 12 meses, indicador acumula alta de 3,93%

A inflação desacelerou na passagem de fevereiro para março e subiu 0,16%, registrando a menor variação para meses de março desde 2020. O que contribuiu para manter o indicador no campo positivo foi a alta de alimentos, cujos preços subiram 0,53%.

  • O resultado veio abaixo do esperado. Economistas projetavam alta de 0,25%, segundo mediana das projeções compiladas pela Bloomberg
  • A desaceleração frente fevereiro já era esperada pelos economistas, já que o mês anterior concentra os reajustes da educação. Agora, essas variações positivas são devolvidas ao indicador
  • No ano, o IPCA acumula alta de 1,42% e, nos últimos 12 meses, de 3,93%

Os dados fazem parte do Índice Nacional de Consumidor Amplo (IPCA) e foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira.

— Essa desaceleração na inflação também é explicada pelo fato de que, em fevereiro, os preços da Educação tiveram alta significativa por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo, o que não aconteceu em março — explica o gerente da pesquisa, André Almeida.

Preço dos alimentos sobe e puxa resultado

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis registraram alta em março. A maior variação foi registrada no grupo Alimentação e bebidas, com alta de 0,53%. Em seguida aparece o grupo Saúde e cuidados pessoais, com avanço de 0,43%.

Em alimentos, os produtos consumidos no domicílio tiveram alta menos intensa neste mês, desacelerando de 1,12% em fevereiro para média 0,59% em março. Ainda assim, o consumidor está pagando mais caro em alguns produtos in natura e laticínios. A cebola ficou 15% mais cara, seguida do tomate (9,85%), do alho (7,90%), da banana-prata (7,90%) do ovo de galinha (4,59%), das frutas (3,75%) e do leite longa vida (2,63%).

— Problemas relacionados às questões climáticas fizeram os preços dos alimentos, em geral, aumentarem nos últimos meses. Em março, os preços seguem subindo, mas com menos intensidade — aponta Almeida.

A alimentação fora do domicílio (0,35%) também desacelerou em relação ao mês anterior (0,49%). Enquanto o lanche acelerou de 0,25% para 0,66%, o subitem refeição (0,09%) teve variação inferior à observada no mês de fevereiro (0,67%).

Já no caso do grupo Saúde, o aumento dos preços foi puxado pela alta do plano de saúde (0,77%) e dos produtos farmacêuticos (0,52%). Houve alta em medicamentos anti-infecciosos e antibióticos (1,27%), além dos analgésicos e antitérmicos (0,55%).

Veja o resultado dos grupos do IPCA:

  • Alimentação e bebidas: 0,53%
  • Habitação: 0,19%
  • Artigos de residência: -0,04%
  • Vestuário: 0,03%
  • Transportes: -0,33%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,43%
  • Despesas pessoais: 0,33%
  • Educação: 0,14%
  • Comunicação: -0,13%

O grupo Transportes, que subiu 0,72% em fevereiro, registrou recuo de 0,33% em março. A queda nos preços foi puxada por dois principais produtos do grupo. As passagens aéreas tiveram recuo de 9,14%. E a gasolina teve uma alta menor em março, saindo de 2,93% para 0,21%.

Após promoções, cinema encarece e puxa alta em Despesas pessoais

O grupo de Despesas pessoais registrou aceleração de 0,05% em fevereiro para 0,33%. A alta foi puxada por uma devolução nos preços do cinema, teatro e consertos.

Houve alta de 5,14% nos preços deste item. Isso porque, em fevereiro, o setor havia feito promoções e os preços haviam recuado 4,47%. Agora, o setor devolve os valores em março:

— (A queda) Refere-se ao retorno das promoções que foram praticadas por conta do evento ‘Semana do cinema’, que ocorreu em todo o Brasil e teve promoções. Agora, os preços retornam a seus patamares regulares — explica o pesquisador do IBGE.

Serviços perdem força

A inflação de serviços, que reúne os itens de serviços prestados ao consumidor, continuou desacelerando no mês de março. O indicador acumulado em doze meses, inclusive, atingiu o menor percentual desde janeiro de 2022, quando também foi 5,09%.

Segundo Almeida, do IBGE, os preços dos serviços vinham subindo em função de diferentes fatores, incluindo o aumento de custos por parte de seus prestadores. Mas desde fevereiro do ano passado há uma descaeleração do indicador, apesar da alta em 12 meses ficar acima do índice geral:

— Vamos ver como vai se dar esse comportamento do mercado de trabalho, da demanda por serviços, e ver como isso vai impactar no índice geral — avalia.

Fonte: OGlobo

 

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