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29/02/2024 às 17h53min - Atualizada em 29/02/2024 às 10h22min

Há 39 anos o hit "We are the world" continua sendo uma das músicas mais tocadas em todos os tempos

Reunir os maiores nomes da música pop americana em uma só noite não foi tarefa fácil, assim nos conta Lionel Ritchie em documentário da NETFLIX

Redação - jornalinfoco.com
Quem viveu os incríveis anos 80 vai lembrar da repercussão que a música We Are The World alcançou naquela época! Uma constelação de artistas que estavam no auge de suas carreiras, verdadeiras estrelas do rock e da pop music estavam reunidos no mesmo dia e no mesmo lugar, reunidos prol de uma causa.
 
No começo dos anos 80 as notícias de que a África estaria passando pela sua maior tragédia humanitária era assunto diário nos telejornais da época, principalmente na Nigéria, Somália e Etiópia, países envolvidos em guerras que empurravam sua população para as pastagens inférteis e improdutivas e  as imagens de crianças raquíticas correram o mundo.
 
Mulheres extremamente magras tentavam amamentar seus filhos pois o leite materno era a única fonte de alimentação, homens que entravam em lutas corporais por um punhado de farinha para alimentar sua família, assistimos pela televisão mães e filhos mortos pela fome.
O que a África passou naquela época foi uma situação tão crítica que as grandes nações do mundo começaram a se mobilizar para tentar amenizar os altos níveis de pobreza e fome. Grupos em escolas, empresas, ONG’s começaram a se mobilizar e enviavam comida e valores para o continente africano e esse virou um movimento mundial.

Janeiro de 1985, Lionel Ritchie recebeu uma ligação de seu agente Ken Kragen e diz “Belafonte precisa da minha ajuda”. Henry Belafonte era um cantor e ativista e depois de uma viagem a África ficou tocado com a situação do país de seus ancestrais. A ideia era mobilizar o maior número de artista para uma causa: “discutir a fome na África”.

“Tem gente preta morrendo! E eu preciso de gente preta para salvá-las” foi a frase de Belafonte para Kragen, mas como realizar essa proeza? Como reunir estrelas da música no mesmo dia e hora, sabendo que esses artistas vivem em cima de agendas dos seus produtores? E Kragen passou essa missão para Lionel Ritchie.
Ritchie começou uma luta frenética para realizar o que seria “o maior encontro de artistas por uma causa”, nascia ali o projeto “USA for Africa” nascido em 1985 e com o intuito de arrecadar fundos para aplacar a fome na África,e ele precisava dos melhores. Ele precisava de uma música, uma letra e um produtor!

Lionel ligou para Steve Wonder para compor a música, mas não teve retorno. Então ligou para Michael Jackson, que na época despontava como o maior artista pop de todos os tempos, os dois reuniram e começaram o que seria o hit instantâneo mais tocado de todos os tempos. Tinham uma música e precisavam de uma “demo” para que os outros artistas pudessem conhecer a música e motivá-los a participar.

Uma única noite! A noite do American Music Awards que aconteceria no dia 28 de janeiro de 1985 seria a noite escolhida para a realização do projeto. Era isso que Lionel, Michael e Quincy precisavam e foi o que eles fizeram, nos estúdios da A&M em Los Angeles eles reuniram todas essas estrelas.
E na entrada do estúdio tinha uma placa dizendo “leave your ego at the door” (deixe seu ego na porta) para lembrar que tudo que iria acontecer a partir dali seria de cunho totalmente voluntário. Os artistas começaram a chegar em suas limusines por volta das 22h e as horas seguintes foram as mais incríveis que já foram produzidas no ramo da música.

We Are The World, musicalmente falando pode não ser uma obra de arte, mas o engajamento humano foi algo que dificilmente será visto novamente. No mesmo ambiente cantavam juntos Stivie Wonder, Ray Charles, Cindy Lauper, Tina Tuner, Diana Rossi, Bob Dylan, Kenny Roger, Paul Simon, Dionne Warwick, Willie Nelson, Bruce Springsteen, All Jarreau, Bete Midler e tantos outros artistas que iluminaram aquela noite.

A NETFLIX produziu um documentário com o título de “A noite que mudou o pop” mostra os bastidores, a logística, o frenesi que foi aquela noite, com a narrativa de Lionel Ritchie e outros artistas que participaram do projeto na época, o documentário é uma volta ao passado, uma máquina do tempo no mundo da música.

Ter a chance de assistir nossos ídolos, muitos já em idade avançada, outros ainda na ativa como Bruce Springsteen e Lionel Ritchie, outros já não estão entre nós, como Michael Jackson, Ray Charles, Al Jarreau, Bob Dylan, em um documentário onde suas vozes e a sua humanidade ficaram eternizadas na letra de We Are The World.
Aquela única noite, onde tudo poderia dar errado, mas foi incrivelmente conduzida para dar certo, uma única música e um único propósito perduram até os dias de hoje, pois os recursos e direitos dessa música ainda são revertidos para as causas humanitárias na África.

 
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