Segundo a PF, sistema de satélites utilizados na operação não identifica novas áreas de garimpo há mais de um mês. A ação de combate e retirada de garimpeiros das terras Yanomami começou no início de fevereiro deste ano, após o agravamento da crise humanitária nas aldeias por conta do avanço do garimpo, que estava devastando a TI, que é a maior do país
Boa Vista/RR. A Polícia Federal informa que a última nova área de garimpo ilegal identificada na Terra Indígena Yanomami pelos sistemas de satélites que monitoram a região ocorreu no dia 6/5, com menos de três meses desde o início das atividades da Operação "Libertação", deflagrada no dia 10 de fevereiro deste ano, após ao agravamento da crise humanitária nas aldeias Yanomami por conta dos garimpos ilegais, que contaminavam rios, expulsavam e matavam os índios, além de impedir que as aldeias recebesse as equipes de saúde.
Sem água, alimento e assistência médica, além das ameaças de morte, os Yanomami foram atingidos pela fome e doenças, com o registro de quadro severos de desnutrição, que levaram crianças e idosos a morte. Imagens de crianças e idosos desnutridos correram o mundo, causando indignação e revolta.
Com o combate intensivo agora, a PF diz que é a primeira vez, desde o início deste tipo de monitoramento, em agosto de 2020, que se observa a ausência de alertas de garimpos por um período tão longo de tempo. Tais resultados indicam que, pela primeira vez nos últimos anos, não houve novas áreas de garimpo ilegal sendo exploradas, fato que perdura por 33 dias, até a data de pesquisa final, dia 8/6. As imagens dos satélites são processadas diariamente e consolidadas a cada sete dias.
Após a drástica redução do surgimento de novas áreas de garimpo na região, que avançava com a identificação de 538 alertas nos meses de abril e maio do ano passado e apenas 33 no mesmo período deste ano, a Operação "Libertação" inicia uma nova fase de atuação na Terra Indígena Yanomami. O foco será ocupar áreas dentro da reserva para assegurar a retomada da normalização da prestação de serviços básicos aos Yanomami.
Também será dada ênfase ao ataque pontual nas áreas em que ainda há criminosos remanescentes, com o foco em consolidar a prisão daqueles que se recusaram a sair voluntariamente da área.
Atualmente, há mais de 80 procedimentos investigativos em andamento derivados das atividades da operação que apuram crimes nas mais diversas áreas, desde a lavagem de capitais e mineração ilegal até o tráfico de pessoas.