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28/10/2022 às 12h30min - Atualizada em 28/10/2022 às 12h29min

Você tem medo da rasga mortalha? Ave é vítima de preconceito

Conhecida como “coruja de igreja” e “Suindara”, espécie ainda é uma das vítimas da violência e preconceito popular

Heitor silva - jornalinfoco.com
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Ainda é comum ouvir de algumas pessoas, especialmente dos antigos, a lenda da “Rasga Mortalha”: quando essa espécie de coruja sobrevoa por uma residência, provocando sinal de mau agouro. Muito conhecida nas regiões Norte e Nordeste, a lenda lamentavelmente traz um triste fim para esses animais.

 

Chamada de “coruja de igreja” ou “Suindara”, a Rasga Mortalha até hoje é vítima de violência e preconceito popular, seja atirando pedras ou forçando uma captura, ambas situações que irão provocar sérias lesões ou a morte desse belo animal.

Homem ouve pássaro, diz que é sinal de morte e é assassinado

“As pessoas atiram pedras, dão tiro e provocam lesões que em sua maioria das vezes leva ao óbito desses animais. Nós já recebemos animais com traumas provocados por agressão, e ultimamente, temos recebido filhotes dessas corujas”, lamenta a professora Ana Silvia Ribeiro, coordenadora do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Selvagens (Cetras) da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).

A Rasga Mortalha ainda é vítima de violência e preconceito popular

A Rasga Mortalha ainda é vítima de violência e preconceito popular

 A Rasga Mortalha ainda é vítima de violência e preconceito popular | Ibama/Divulgação

Rasga Mortalha é sinal de sorte

Diferente do que contam as lendas, ter essa corujinha por perto nada mais é do que uma verdadeira sorte! Elas possuem um importantíssimo papel na biodiversidade, contribuindo para o equilíbrio ecológico. Trata-se de uma espécie carnívora que se alimenta de roedores e pequenos mamíferos, anfíbios, pequenas aves e insetos.

“Não podemos deixar que as lendas populares sejam justificativas para a prática da violência contra elas. Ela é uma espécie carnívora, que se alimenta de roedores e pequenos mamíferos, anfíbios, pequenas aves e insetos. Nos ambientes urbanos é uma controladora de roedores e insetos, com um papel ecológico importante”, explica a professora.

Cartilha do Ibama (Sergipe) lançada em 2020 para promover a reflexões sobre a preservação ambiental e os benefícios na natureza

Cartilha do Ibama (Sergipe) lançada em 2020 para promover a reflexões sobre a preservação ambiental e os benefícios na natureza

 Cartilha do Ibama (Sergipe) lançada em 2020 para promover a reflexões sobre a preservação ambiental e os benefícios na natureza | Ibama/Divulgação

Como elas agem?

A Suindara, da espécie Tyto furcata, possui um timbre agudo, que é emitido frequentemente durante seus voos. “Para os leigos, soa como um grito forte. O objetivo pode ser um som de alarme ou interação social entre os indivíduos”, esclarece.

Reconhecer uma é muito fácil: ela possui um disco facial em forma de coração, olhos escuros e pequenos, penas relativamente grandes, além de plumagem predominantemente branca e parda.

“São animais que caçam principalmente nas primeiras horas da noite ou antes do amanhecer e, preferencialmente, se alimentam de roedores e invertebrados. No ambiente urbano se abrigam em forros dos prédios residenciais, torres de igrejas, e lá fazem seus ninhos”, diz.

Essa espécie de coruja contribui positivamente para o meio ambiente

Essa espécie de coruja contribui positivamente para o meio ambiente

 Essa espécie de coruja contribui positivamente para o meio ambiente | Ibama/Divulgação

 

Encontrou uma Rasga Mortalha dentro de casa? Não precisa de pânico!

Se o animal estiver machucado, procure, avise ou entregue-o para um órgão ambiental do seu município. Em Belém, você pode procurar a Semas, que encaminhará o animal até um veterinário especializado, que pode ser o CETRAS UFRA, o HOVET da UFPA ou algum outro centro.

Caso o animal esteja saudável, acione o Corpo de Bombeiros, o IBAMA ou a SEMAS para que possam ir até a sua casa e retirar o animal cuidadosamente. Muitas vezes, quando estão abrigadas, essas corujinhas estão com ninhos e filhotes.

Quer saber mais sobre a Rasga Mortalha e ajudar a dar um basta na violência contra esses animais? Conheça uma cartilha lançada pelo Ibama, em Sergipe: clique aqui


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