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18/04/2024 às 07h40min - Atualizada em 18/04/2024 às 07h40min

Parque Veredas será palco de estudos por pesquisadores da UFRJ

Estudos pretendem realizar pacote de pesquisas dentro da reserva

 Foto: Arquivo Semma

O corpo científico do Instituto Biodiversidade e Sustentabilidade (NUPEM) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) participaram da reunião do Conselho de Meio Ambiente (CONSEMA) nessa quinta-feira (11), na Secretaria de Meio Ambiente (SEMMA). O intuito da reunião foi de apresentar e solicitar a liberação de um pacote de pesquisas a serem realizadas no Parque Natural Municipal Veredas dos Carajás. 

Após deliberação, o estudo científico, que tem como foco uma espécie endêmica encontrada somente dentro de uma lagoa na Flora Carajás, foi aprovado pelos conselheiros. 

Isoetes Cangae é uma planta endêmica (ocorre somente em uma determinada área ou região geográfica), existente no lago do Amendoim, que fica na Serra de Carajás, mais precisamente no S11D. É uma planta que está criticamente ameaçada segundo a lista vermelha União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).

“Pretendemos, a princípio, trabalhar com uma espécie que acontece na Flora Carajás, desenvolvendo uma pesquisa para entender se essa planta consegue se dar bem nesse novo ambiente, que é a represa do Parque Veredas. Para nós, é uma satisfação estar aqui e trabalhar em Canaã dos Carajás. É uma possibilidade de intercâmbio de conhecimento.”, afirma o professor da UFRJ, Rodrigo Lemes Martins.

O ecossistema predominante da Serra de Carajás é o Cangas Ferruginosos, associado a locais onde ocorre o afloramento de rochas ferruginosas. As cangas são encontradas em vários locais do Brasil e são conhecidas por abrigarem seres vivos muito específicos e adaptados às características desses lugares. Por estarem geralmente associadas às principais jazidas de ferro do país, as cangas representam desafios para a pesquisa e o planejamento que concilie a conservação da biodiversidade e a exploração dos recursos naturais.

De acordo com o professor, é uma sorte a planta existir na região. “Nós temos algumas espécies, mas essa é mais focal, pois ela está numa condição muito específica que é está aprisionada em uma lagoa. Eu digo aprisionada porque, diante do cenário de mudanças climáticas, ela corre risco por estar restrita a um ambiente único. E a nossa pesquisa assegura a conservação dela fazendo a conservação trânsito, que é garantir que ela possa existir em outros ambientes para que não fique sujeita a esse risco de desaparecer.”, explica.

“A pesquisa vai agregar tanto uma importância maior à unidade de conservação, quanto uma planta bioindicadora, que é uma planta que além de também fazer remediação contra metais pesados, indicará se o ambiente está estável. Além de abrir portas para novas pesquisas dentro da unidade de conservação.”, afirma Maiko Durães, engenheiro florestal e gestor do parque veredas.

O Parque Natural Municipal Veredas de Carajás foi instituído no município no ano de 2011. A reserva, que tem 842 hectares, foi criada como compensação ambiental pela implantação do projeto de mineração do Sossego e abriga em seu interior a Barragem do Verde, principal manancial de abastecimento de água do município, além de grande diversidade de vegetação típica da região amazônica e rica fauna, com animais como primatas e felinos já registrados.

Para o Secretário de Meio Ambiente, Marcus Vinicius, o estudo destaca a relevância do Parque Veredas no mosaico de unidades de conservação da região de Carajás. “A possibilidade de se desenvolver uma pesquisa por uma universidade renomada utilizando a nossa unidade de conservação trará visibilidade para a mesma e, também, irá gerar conhecimento que poderá ser compartilhado, inclusive com as instituições de ensino aqui do município.”, enfatizou.


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