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11/07/2022 às 18h59min - Atualizada em 11/07/2022 às 18h59min

Porto do Pará entra para história do setor madeireiro

Pela primeira vez no Brasil, 15.200 toneladas de toras de teca produzidas no Pará foram embarcadas em um navio break bulk ou carga fracionada.

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Neste fim de semana, após 7 dias de operações, o navio MV Liberator zarpou do Porto de Belém transportando 40 mil toras de teca com destino ao porto de Kandla, na Índia. A viagem está prevista para durar 40 dias. A madeira foi produzida pela pela Teak Resources Company (TRC). A operação portuária é do Grupo Atlântica Matapi. 

“A TRC manifestou as dificuldades que encontrou para a exportação. A gente conseguiu colocar uma solução logística que agradou, fechou a conta. O desafio é grande, mas acho que com planejamento e contrato de longo prazo, a tendência é equalizar e trazer uma posição muito favorável a todos nós”, comentou Tiago Pinto, vice-presidente do grupo.

Ao todo, foram 15.200 toneladas de madeira. Foi a primeira vez, no Brasil, que aconteceu uma operação de embarque de toras de teca em navio break bulk (carga fracionada). O navio break bulk costuma ser utilizado no transporte de cargas em sacos, caixas, engradados, tambores, barris, e pouco perecíveis. Além disso, atende a demanda de transporte de vários clientes com o objetivo de "rachar" o frete. A solução para receber toras de madeira vem justamente no momento em que o setor logístico enfrenta os desafios impostos pela pandemia, que resultaram em escassez de contêineres com o reaquecimento da economia global. Antes, cargas de madeira eram exportadas em contêineres por Vila do Conde, em Barcarena. André Gonçalves, consultor da RA Comex Trading, afirma que é um fluxo que nunca havia acontecido no Pará. "A gente conseguir, de forma pioneira, efetivar isso dentro do nosso Estado, dentro da nossa cidade, aonde o porto não estava mais sendo trabalhado, é realmente um projeto que abre portas e mostra que o Porto de Belém ainda tem condições de trabalhar e de abrigar muito o movimento de carga", comentou.

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Segundo a Companhia Docas do Pará, que administra a instalação portuária, o primeiro trecho do porto foi inaugurando em 1909, com 120 metros de cais e um armazém com dimensões 20x100 metros. As atividades voltadas para o descarregamento de mercadorias para atender ao mercado consumidor local, sendo que, em 1915, a movimentação geral de importação participou com mais de 60% do total. Naquela época predominava na exportação a borracha nativa, produzida em larga escala no norte do Brasil. Desde 1970, porto passou a ser exportador e, atualmente, predomina a carga geral conteinerizada e granal sólido, como trigo a granel. De janeiro a maio de 2022, o porto movimentou apenas 44,4 mil toneladas de carga. Enquanto isso, os portos de Vila do Conte e Santarém, movimentaram, no mesmo período, de 3,3 e 5,1 milhões de toneladas, respectivamente. Alumina, bauxita e soja são as comodities que mais contribuíram para os resultados.

Para o exportador madeireiro, a solução logística encontrada é fundamental para o escoamento da produção de teca produzia no Pará. O diretor executivo da TRC, Sylvio Coutinho, veio de São Paulo para acompanhar os últimos dias de operação no porto da capital paraense. "Os produtos brasileiros, no nosso caso, a teca brasileira, está competindo lá fora com produção de outros países. Então, nesse cenário de competição global, para a gente conseguir ganhar esse jogo lá, precisa ter com custos baixos e trabalhar junto, buscando eficiência na cadeia e logística. Da porteira pra fora, tem muita coisa pra melhorar e dá pra ver que dá pra chegar lá", destacou Coutinho.

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