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16/01/2022 às 11h31min - Atualizada em 16/01/2022 às 11h31min

Afastamento no trabalho por Covid e gripe chega a 30%

No setor comercial, por exemplo, o asfastamento varia entre 10% e 30%, dependendo do tamanho do local e da quantidade de trabalhadores

DOL
 

Mal o Brasil se recuperava das consequências da variante delta, no meio do segundo semestre do ano passado, as mutações do novo coronavírus fizeram surgir a variante ômicron no Brasil no meio de dezembro passado que, apesar de ser menos letal e com sintomas mais leves, tem um poder de contaminação bem maior. Para piorar ainda mais a situação, o país enfrenta, ao mesmo tempo, um surto de Influenza (H3N2).

As contaminações afetam diretamente o funcionamento de empresas, serviços e o comércio pelo país. Desde dezembro, bares e restaurantes pelo país precisaram afastar, semanalmente, cerca de 20% de seus funcionários devido às suspeitas de gripe ou Covid-19, de acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Rosane Oliveira, presidenta da seccional paraense da Abrasel, confirma o afastamento de colaboradores do setor de serviços em razão da pandemia de Covid (por enquanto ainda não foi confirmado casos de ômicron) associada ao desconhecimento da realidade da virose. “Esse fator tem impacto de quase 20% na equipe, visto que as empresas de pequeno porte têm quadro pequeno de funcionários por isso traz consequências elevadas na prestação de serviço”, lamenta.

Bares e restaurantes da capital chegaram a ter serviços interrompidos e até cancelados pela falta de colaboradores. “Nosso Estado está na mesma situação que a maioria dos outros. Aconselhamos que logo nos primeiros sintomas já haja afastamento do colaborador para que faça a testagem e tratamento necessário para breve recuperação”, afirma.

Rosana diz que os afastamentos têm sido por períodos que variam entre 3 e 5 dias. “Mas isso num estabelecimento com um quadro reduzido de funcionários impacta totalmente. Por isso é necessário vacinar-se da gripe e buscar todos os cuidados necessários”, recomenda.

ONDA

Fernando Soares, assessor jurídico do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará, diz que a entidade acompanha de perto a nova onda de Covid e o surto de gripe. “Ainda não são muitos os afastamentos. Estamos tentando sobreviver, literalmente. Infelizmente não estávamos contando com essa nova variante e, com certeza, isso vai retardar a recuperação do setor, que começava a dar sinais de melhora”.

Apesar do prejuízo, o advogado avalia que o cancelamento do carnaval de rua promovido pelo poder público foi a decisão mais acertada no momento. “É muito melhor sacrificar um evento agora e preservar mais as pessoas do que prejudicar todo o calendário do resto do ano com o aumento ainda maior do contágio. Vamos ter que conviver com essa doença ainda por um longo tempo e temos que aprender a nos adequar”, coloca Soares, que diz não ter um percentual exato do afastamento de funcionários do setor.

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José Conrado Santos, presidente do sistema Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) afirma que desde o final de dezembro o setor acompanha com preocupação as notícias sobre o agravamento da pandemia, desta vez com menos solicitação de UTIs, e maior incidência de gripe na população.

“Nas empresas, pelo menos 30% do contingente está acamado, em decorrência da gripe, e não está trabalhando, o que acende uma luz vermelha com relação à retomada da produção e da economia”, diz.

Para o empresário, é um dever de todos relembrar os protocolos implantados desde o início da pandemia e continuar seguindo os procedimentos de distanciamento social, higiene das mãos e uso de máscaras. “Lembrando que o cuidado tem que começar desde o nosso ambiente familiar”, alerta.

Além da crise provocada pela Covid-19 e agora pela gripe, uma outra preocupação da área industrial é que chegou a hora do pagamento das linhas de financiamento concedidas para ajudar as empresas no auge da pandemia. “Mas os juros altos devido à inflação podem também influenciar negativamente na retomada do crescimento”.

Impacto também é sentido no comércio

Joy Colares, presidente do Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindilojas), diz que muitas empresas no comércio vêm sofrendo nas últimas semanas com a redução do quadro em razão da infecção por gripe ou pela contaminação pela Covid-19. Segundo ele, essa falta varia entre 10% e 30%, dependendo do tamanho do estabelecimento e da quantidade de trabalhadores.

“Essa situação prejudica demais o funcionamento do comércio e o atendimento nas lojas, o que é algo fundamental para quem trabalha com vendas. Também prejudica as vendas na medida em que muitos clientes estão preferindo ficar em casa, apesar dos sintomas serem menos graves no caso da Covid”.

Para Colares, esse novo quadro da saúde nacional vai atrapalhar ainda mais a retomada da economia nacional, que o setor esperava recuperar ainda neste primeiro semestre. “Diante disso calculamos que a recuperação no varejo se dê lá pelo terceiro ou quarto semestre deste ano, comprometendo mais uma vez as vendas em quase todo o ano”, calcula.

O dirigente garante que a entidade lojista da capital não irá recomendar a redução no horário de atendimento no comércio com vistas a reduzir a contaminação como têm sido solicitado por entidades lojistas em outros Estados. “A solução é a prevenção das pessoas: lavar as mãos, usar álcool 70%, máscaras e não se aglomerar de jeito nenhum”, pontua


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