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14/10/2019 às 15h14min - Atualizada em 14/10/2019 às 15h14min

Parar? Amanda Nunes avisa: "Quero que o meu filho tenha a oportunidade de me ver lutando"

Dentro octógono, a baiana diz que continua pronta para uma luta contra Cris Cyborg. Na vida pessoal, Amanda e a noiva Nina Ansaroff vivem a expectativa de terem o primeiro filho

- Jornal In Foco
Globo Esporte
Em São Paulo, Amanda Nunes visita alunas do projeto de futebol do Centro Olímpico — Foto: Bruna campos
Dona de dois cinturões do UFC em categorias diferentes - é a atual campeã peso-galo e peso-pena da organização), Amanda Nunes chegou a dizer no começo deste ano que iria se aposentar, mas mudou de ideia e só deve dar um ponto final na carreira depois que seu filho puder vê-la nocauteando adversárias no octógono. A "Leoa" luta contra a holandesa Germaine de Randamie em dezembro, no UFC 245, em Las Vegas.
 
- Eu vou ser mãe já já, então, eu quero que pelo menos minha filha ou meu filho tenha oportunidade de me ver lutando - revelou Amanda.
Amanda é noiva da também lutadora Nina Ansaroff, as duas pretendem ter um bebê no próximo ano. Nina já está fazendo toda a preparação hormonal para uma fertilização in vitro, método que capta óvulos diretamente do ovário, fertilizando-os com os espermatozoides em laboratório.

Em tour pelo Brasil, Amanda Nunes visitou um projeto de futebol feminino no Centro Olímpico, em São Paulo, e ainda conversou com exclusividade com o Combate.com sobre Cris Cyborg, amor pelos gramados e motivações para continuar lutando.
 
Antes da luta contra Holly Holm, você disse que só voltaria a lutar no fim do ano. O que te fez mudar de ideia?
Foi uma proposta, né?! A gente precisa saber agarrar com inteligência. A Holly foi a única ex-campeã com quem eu ainda não tinha lutado. Se você for ver, não existe nenhuma ex-campeã que eu não tenha vencido. É tudo uma história para contar, teve a Holly, agora veio a Germaine. Eu preciso ficar ativa, eu preciso lutar, meu corpo pede, não consigo ir só na academia e treinar por treinar. Aí surgiu a Germaine, ela está em uma boa fase, já lutei com ela e já ganhei, então, agora é uma revanche. Ela evoluiu, e vai ser uma luta duríssima. Com certeza mais uma vitória.
 
 
Quais são os planos atuais em relação aos dois cinturões?
É certo que depois desta luta (contra a Germaine) eu vou defender o cinturão de cima. Ainda não sei com quem, mas é claro que seria contra Cris, se ela ainda estivesse na organização. Infelizmente ela saiu. Então, ainda não sei o que vai acontecer daqui para frente. Estou muito ansiosa para ver tudo isso!
 
A Germaine de Randamie é uma adversária que você já enfrentou. Por ter limpado a categoria, isso é uma situação que pode acontecer com mais freqüência a partir de agora. Como lidar com isso? Como fica a motivação?

Acordar e ver na minha sala os cinturões lá bonitinhos é o mais importante de tudo, é o que mais me motiva hoje: continuar com o cinturão dentro de casa. Continuar fazendo história, continuar no ponto mais alto da minha carreira e viver a vida. Tudo isso eu tento dividir com as pessoas também, e tudo isso vai me motivando... a Nina, a minha família me motiva pra caramba, não deixa a peteca cair, e ainda tem mais gente aí na fila. A minha equipe sempre está do meu lado me puxando. Acordar cedo, treinar, esse é o meu trabalho. Então, eu sempre acho em algum lugar a minha motivação.
 
Neste meio tempo, Cris Cyborg saiu da organização. O que você achou disso? Acha que ainda existe a possibilidade de se enfrentarem no futuro?

Estou aberta! A revanche para mim deveria ter acontecido (contra a Cris). Eu estava pronta para assinar o contrato, o contrato estava no meu e-mail. Eu não sei o que aconteceu, mas ela estando em outra organização eu acho muito difícil. Só se acontecer alguma coisa, o UFC contratar ela novamente. Tudo pode acontecer. Vou estar pronta.
 
Você já venceu a Valentina Shevchenko duas vezes. Acha que um terceiro combate seria interessante pelo fato de ela agora também ser campeã? Seria um outro duelo campeã x campeã. E qual seria o peso para essa luta caso você pudesse escolher?

Tudo pode acontecer! A luta teria que ser no meu peso, no peso que eu estou confortável, ela teria que subir, no caso. Eu luto, não tem para onde correr não, tudo é questão do UFC ligar: "Quer? Quero! Vamos nessa."
 
 
A Megan Anderson venceu no último sábado e te desafiou. Seria uma possível adversária para quando você for defender o título dos penas? E o que você acha do jogo dela?

Todo mundo quer a cabeça da Leoa! A Megan é uma boa oponente. Estou esperando o contrato, estou aberta. Estou pronta para todas as lutas do UFC. É gostoso, prazeroso demais, essa coisa da rivalidade, a encarada fica mais intensa. Não existe mais medo: depois que eu lutei com a Cris, pelo amor de Deus, depois daquele evento tão grande contra Ronda, UFC 200... eu costumo dizer que eu estou viajando no mundo, o que tocar eu danço.
 
Segundo Dana White, o UFC tentou fazer sua revanche com a Cris Cyborg, mas ela acabou preferindo sair do evento. Você se frustrou com isso? Esperava mais vontade dela em realizar essa revanche?

Eu queria revanche, mas ela fez o que era melhor para a carreira dela. Se eu fosse a Cris, lutaria de graça para provar que eu sou melhor do que a pessoa que tomou meu cinturão. Mas ela preferiu assim, foi para outra organização. Ela deve ter as razões dela.
 
Durante anos, a Ronda Rousey foi a lutadora número um do UFC não só pelas atuações no octógono, mas também pelo papel dela do lado de fora. Você, como a atual número um, já se sente dessa forma também? Como vê sua importância para o crescimento do MMA feminino?

Eu costumo repetir bastante: eu sou lutadora, quero lutar e o que acontecer fora do "cage" eu vou administrando. O mais importante é o que eu estou fazendo história, me realizando pessoalmente, estou muito feliz... dando uma entrevista, falando com o povo e vivendo a vida.
 
Quantas lutas até a aposentadoria?

Eu vou ser mãe já já, então, eu quero que pelo menos minha filha ou meu filho tenha oportunidade de me ver lutando. Então, eu vou decidir quando meu filho/minha filha nascer e ver o que vai acontecer. Meu contrato é vitalício com UFC, vamos ver o corpo vai me dizer o momento certo de parar.
 
 
Você já recebeu convites para jogar futebol, pensou em trocar o octógono pelos campos?

Pensei, mas tudo mudou. Tive propostas no MMA, aí pensei um pouquinho: "Ah, vou fazer mais algumas lutas". Mas por que não? Quem sabe mais para frente? Agora deixa eu focar em uma coisa só. Mas eu morro de vontade de jogar futebol. Eu ia adorar, com certeza. Quem sabe, vale a pena tentar depois. Estou aberta para jogar futebol, pelo menos umas duas partidas para não ficar frustrada.
 
Alguma lutadora brasileira vem te chamando atenção pelas atuações recentes?
Brasil é um celeiro de campeões, mas agora eu não sei. Teria que olhar no ranking, elas precisam ir atrás, subir no ranking, como eu fiz.
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