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09/08/2017 às 00h04min - Atualizada em 09/08/2017 às 00h04min

Membros da Fetraf fecham rodovia que dá acesso ao Projeto Sossego

O protesto ocorre de forma pacífica, mas os trabalhadores rurais afirmam que só abrirão a rodovia quando as suas reinvindicações forem atendidas

Kleysykennyson Carneiro - Jornal In Foco
Fotos: Ricardo Mesquita
Por volta de 1 da tarde desta terça-feira (08) trabalhadores rurais fecharam a rodovia que dá acesso ao Projeto Sossego da mineradora Vale em protesto. Os manifestantes são membros da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (FETRAF) e estão acampadas na região há quase um ano. O local do bloqueio fica a cerca de 18 quilômetros da Vila Planalto e o acampamento permanece às margens da rodovia, dentro da Fazenda São Luís, desde setembro de 2016. Cerca de 300 famílias fixaram moradia no lugar e esperam decisão da Vale sobre as terras.





​A estrada foi fechada com pedaços de pau, pneus e galhos de árvores. À frente das barreiras, a bandeira do movimento tremulava insistentemente simbolizando a luta dos trabalhadores. Diversas crianças circulavam na estrada e expunham as entranhas dos problemas causados pela desigualdade social na região. “Aqui é complicado até para comer. Vamos levando do jeito que dá” comentou um manifestante.







O coordenador do movimento, Antônio, falou com a nossa reportagem sobre a manifestação que acontecia. No início, não fomos recebidos com bons olhos. De acordo com Antônio, as pessoas têm falado mal do movimento sem saber direito toda a verdade por trás dos acontecimentos. Só quando explicamos a nossa linha de trabalho de total seriedade e imparcialidade, foi que ele falou sobre as reivindicações do manifesto: “Nós viemos para cá, ocupamos essa área e daí começou a negociação com a Vale. Chegamos a ir até Marabá para reunir, dialogar e aí fez-se um acordo. Nós estamos mantendo os nossos acordos, mas a Vale ultimamente não, vem só empurrando... Fomos para Brasília para uma reunião com o Incra nacional, mas a Vale não permaneceu. Depois, mais uma reunião em Marabá e mais acordos, mais acordos e nada da empresa cumprir.”


 
Antônio esclareceu qual acordo que, segundo ele, a Vale descumpriu: “Foi aprovado a questão do Parque Nacional. Eles iriam fazer uma avaliação das áreas aí dentro e o excedente das áreas seria disponibilizado para que a gente saísse daqui, ocupasse as áreas e plantasse nossas roças. Isso até          ela fazer todo um balanço dessas áreas aqui da Fazenda São Luís para disponibilizar os lotes de cinco alqueires para toda a companheirada. Mas isso nunca aconteceu! Por conta disso, hoje nós decidimos ocupar aqui e nesse exato momento tem uma equipe nossa sentada com o Incra nacional em Brasília e com a Vale e só vamos desocupar aqui quando sair alguma coisa favorável para os trabalhadores daqui e de Curionópolis também. “


 
O líder também explicou que a estrada não estava completamente interditada e que o direito de ir e vir dos moradores da região não estava sendo privado: “Não tem razão para que a gente impeça as pessoas de passar por aqui, eles não têm nada a ver com a nossa situação. Então estamos liberando a passagem deles e de outras pessoas em caso de doenças, vans escolares, etc. O nosso alvo é mesmo a Vale. Enquanto não vier o retorno positivo, a gente continua aqui.”


 
No exato momento em que estávamos no local, o tenente Guimarães e a sua guarnição da Polícia Militar chegaram. O comandante da PM constatou que o manifesto era completamente pacífico e apenas orientou os trabalhadores quanto ao perigo do fogo utilizado para bloquear a rodovia.
Até o fechamento desta matéria, não tivemos informações a respeito da liberação da estrada. Segundo informações, a estrada que interliga Canaã a Parauapebas foi fechada por volta das 10 da noite. Vamos apurar os fatos e, assim que tivermos novidades sobre o caso, informaremos aos nossos leitores.




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