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18/01/2019 às 14h46min - Atualizada em 18/01/2019 às 14h46min

Marciano, primeira voz da dupla com João Mineiro, ampliou o domínio do mercado sertanejo como compositor

- Jornal In Foco
G1
João Mineiro & Marciano, dupla sertaneja formada na década de 1970 — Foto: Reprodução / Capa de disco
Se o sertanejo é o gênero que mais aciona o motor da indústria da música no Brasil nos correntes anos 2010, essa hegemonia foi sendo construída ao longo de décadas. E José Marciano (1º de abril de 1951 – 18 de janeiro de 2019), o cantor e compositor paulista que saiu de cena na madrugada de hoje, aos 68 anos incompletos, vítima de infarto, teve papel fundamental nessa conquista sertaneja.
 
A importância de Marciano não é somente como o cantor que fazia a primeira voz da dupla João Mineiro & Marciano, formada por ele em 1973 com o mineiro João Sant'Ângelo (23 de agosto de 1937 – 24 de março de 2012), mas também como compositor.
 
Basta dizer que Marciano é o parceiro de Darci Rossi em Fio de cabelo (1982), sucesso superlativo do gênero que, recusado por várias duplas, foi parar e estourar nas vozes dos irmãos paranaenses Chitãozinho & Xororó em gravação que fez o álbum Somos apaixonados, lançado pela dupla em 1982, ultrapassar o milhão de cópias vendidas – cifra então inédita no universo sertanejo.
 
Com Fio de cabelo, a música sertaneja saiu do nicho caipira, dos rincões do vasto interior do Brasil e passou a ser ouvida nas rádios FMs e em programas de TV. O sucesso da música, mesmo não tenho sido nas vozes de João Mineiro & Marciano, beneficiou a dupla, já que o mercado sertanejo se ampliou a partir da década de 1980 em crescimento sinalizado já na década de 1970.
 
João Mineiro & Marciano tinham formado a dupla nos anos 1970 justamente por conta dessa evolução. Nessa década, a música sertaneja começou a deixar de soar como música caipira, feita com instrumentos acústicos, e passou a ser eletrificada e a intensificar o tom sentimental do repertório romântico.
 
Foi nesse embalo que, nos anos 1980, João Mineiro & Marciano conquistaram o Brasil com sucessos como Ainda ontem chorei de saudade (1987), música lançada pela dupla em 1988, um ano após a gravação original do compositor Moacyr Franco.
 
Não por acaso, João Mineiro & Marciano viveram o auge artístico e comercial nos anos 1980, década em que a dupla lançou álbuns de sucesso pela atualmente já extinta gravadora Copacabana. Na década de 1990, João Mineiro & Marciano perderam espaço para duplas emergentes como Zezé Di Camargo & Luciano.
 
Em 1993, após 20 anos em cena, João Mineiro & Marciano desfizeram a dupla em clima inamistoso. Marciano então seguiu em carreira solo, lançando álbuns como Fica comigo (1994) e Encontros (disco de duetos, editado em 1998).
 
Recentemente, o cantor formou dupla Milionário, da dupla com José Rico (1945 – 2015), no projeto Lendas.
 
Nascido em Bauru (SP), Marciano sai de cena, mas fica na história da música sertaneja como lenda pela importância que teve na propagação do gênero além dos nichos interioranos.
 
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