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27/02/2024 às 09h22min - Atualizada em 27/02/2024 às 09h22min

Adepará e produtores de grão torrado de açaí discutem a regulamentação do produto

Na reunião na sede da agência de defesa, em Belém, pesquisadores apresentaram relatório de estudos sobre questões microbiológicas, toxicológicas e de inocuidade do produto

Ag. Pará

Representantes de empresas que produzem grão torrado de açaí com nome fantasia de “café de açaí”, participaram de uma reunião na manhã desta segunda-feira, 26, na sede da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) com a equipe da área de Inspeção Vegetal do órgão. 

O objetivo é regulamentar essa atividade que atualmente, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Produtoras de Café de Açaí (Abica), é desenvolvida em mais de 50 fábricas existentes no Estado. Segundo Orlando Nascimento Silva, presidente da Associação, as fábricas produzem algo em torno de 50 toneladas por mês do produto, obtido a partir da torrefação e da moagem de caroços de açaí.

“Nessas pesquisas preliminares nós obtivemos bons resultados de que esse produto não vai causar mal à saúde humana”, disse a professora doutora da UFRA, Carissa Bichara, engenheira de alimentos.

Durante a reunião, foram apresentados os resultados laboratoriais dos estudos técnicos realizados por pesquisadores de três instituições de ensino superior da região - Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e Universidade do Estado do Pará (Uepa). Os estudos, de acordo com os pesquisadores, comprovam a inocuidade do “café de açaí” como bebida, produto derivado da utilização do caroço do açaí.

Além dos pesquisadores, o fiscal estadual agropecuário José Severino Souza Silva, da Gerência de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, mostrou as etapas para a regulamentação e aquisição do registro na Agência de Defesa. Por se tratar de um produto artesanal regional, necessitará de um selo de inspeção vegetal que é emitido pela Adepará e permite a comercialização do produto em todo o Estado.

“As empresas precisam se adequar às nossas leis e regulamentos, que estabelecem como o produto vai ser feito, quais as condições sanitárias exigidas, instalações, máquinas, equipamentos, tudo que tem que ser feito para um produto sair para uma rotulagem com segurança alimentar e possa circular em todo o Estado do Pará”, explicou José Severino.

Severino explicou ainda que depois do padrão estabelecido pelo Estado, o produto pode ir para apreciação de outros órgãos fiscalizadores e, quem sabe, conseguir uma autorização para ser comercializado em todo país. “Nós vamos adequar, nós vamos escrever o padrão, estabelecer o regulamento e possivelmente depois ir adequando as unidades produtivas de acordo com esses regulamentos”, disse o fiscal.

Luciano Braga produz grão de açaí torrado e moído e pretende regularizar a produção. “A expectativa é que esse produto venha a trazer renda para o interior do Estado, para comunidades ribeirinhas. É um produto da região amazônica e é de grande expectativa ver esse produto ganhando as prateleiras, gerando renda para a nossa população”, comentou.

Para Orlando Nascimento Silva , o objetivo do setor é expandir a comercialização a partir da obtenção do registro artesanal. “Hoje empregamos mais de mil pessoas direta e indiretamente. Quando a Adepará regulamentar a nossa atividade, garantir esse padrão para que nós possamos trabalhar legalizados e dentro das normas de segurança alimentar, nós queremos expandir e conquistar mercados internacionais”.

 As próximas reuniões técnicas já estão agendadas para ocorrer em março, bem como visitas técnicas às fábricas. Além disso, a equipe da Adepará trabalhará para que seja implementado um protocolo de padronização deste produto.

“O próximo passo é apresentar a minuta de padronização para aprovação da Comissão Estadual de Padronização. Depois de aprovado, vamos seguir os trâmites internos para a regulamentação. Vamos elaborar uma minuta de portaria que vai para a aprovação do nosso setor jurídico e assim que for aprovado, publicaremos a portaria regulamentando o registro, como produto artesanal. A gente espera que no prazo máximo de um mês a regulamentação já esteja oficializada, para que que os empresários do ramo de grãos de açaí possam continuar gerando emprego e renda, fortalecendo a economia do Estado”, ressaltou Lucionila Pimentel, diretora de Defesa e Inspeção Vegetal da Adepará.


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