No coração da Serra Gaúcha, vinícolas enfrentam desafios trabalhistas recorrendo à tecnologia e automação. Este movimento busca minimizar riscos associados ao trabalho humano, especialmente após escândalos envolvendo condições de trabalho.
A introdução de contêineres com capacidade para 400 quilos, conhecidos como “bins”, substituiu parcialmente o uso de caixas de 20 quilos no transporte da uva. Esta mudança, implementada por empresas como a Salton, permite que 75% do recebimento de uvas seja agora automatizado, reduzindo significativamente a necessidade de mão de obra para descarga.
A Aurora, visando a mecanização completa do carregamento e descarregamento de uvas até 2027, já observa uma redução na contratação de trabalhadores temporários. A adoção dos bins na safra 2024 possibilitou uma economia de cerca de 25 posições temporárias, e a expectativa é eliminar a necessidade de aproximadamente 1.2 mil funcionários temporários no campo.
Além da automação física, a gestão de riscos trabalhistas também se beneficia do uso de tecnologia. A Garibaldi, por exemplo, desenvolveu um aplicativo próprio para fiscalizar suas 450 propriedades associadas, garantindo conformidade com regulamentações trabalhistas. A Salton, por sua vez, adotou uma ferramenta de inteligência artificial para analisar dados públicos e avaliar parceiros, facilitando a identificação de potenciais riscos na contratação de serviços terceirizados.
Essas inovações não apenas reduzem a dependência de mão de obra e mitigam riscos trabalhistas, mas também promovem maior bem-estar e produtividade entre os trabalhadores. Ao diminuir o esforço físico exigido nas atividades de campo, os trabalhadores se beneficiam de condições mais seguras e confortáveis, enquanto as vinícolas otimizam suas operações e melhoram a qualidade da produção.
O investimento em tecnologia e automação pelas vinícolas da Serra Gaúcha reflete um compromisso com a inovação e a responsabilidade social. Ao enfrentar desafios trabalhistas com soluções tecnológicas, estas empresas não apenas aprimoram suas operações, mas também estabelecem novos padrões para a indústria vinícola em termos de eficiência e ética no trabalho.
