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31/03/2023 às 11h50min - Atualizada em 31/03/2023 às 11h50min

Os pecados capitais do Remo nos clássicos contra o Paysandu

Para ganhar Re-Pa não basta apenas chegar com status de favorito, é preciso raça, coração, respeito e muito mais. O Leão Azul pecou várias vezes contra o maior rival

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Existe favorito em clássico? Dependendo do momento em que as equipes chegam para a disputa, podemos dizer que sim, mas só isso não basta. Nos clássicos, especialmente em decisões, detalhes são fundamentais e decidem os jogos. E quando se trata do Clássico Rei da Amazônia entre Clube do Remo e Paysandu, podemos esperar de tudo.

Ao longo dos 768 clássicos entre Leão Azul e Papão, inúmeras histórias podem ser contadas e várias delas é de quem chega como favorito perder para o maior rival por meros detalhes ou uma série de erros em uma espécie de efeito dominó. Favorito para a decisão de 180 minutos contra o Lobo, os remistas chegaram com a moral em alta por conta da boa temporada que vinham vivendo, ao contrário do adversário, que apesar de ter bons números, vinha deixando o desempenho aquém do esperado.

Os 7 pecados capitais do Clube do Remo contra o Paysandu:

1- Falta de ambição no primeiro jogo:

Apesar da vitória por 1 a 0 e de um jogo mais brigado que jogado, os azulinos poderiam ter sido mais ambiciosos e construído um placar melhor, principalmente quando o Paysandu ficou com oito jogadores em campo, um a menos que o Leão Azul. O zagueiro bicolor Bocanegra, em entrevista, disse que o Papão se surpreendeu com a postura dos azulinos, que preferiram segurar o resultado ao invés de tentar buscar aumentar a vantagem.

2- Não fizeram os gols quando tiveram as chances:

Diferente do primeiro jogo que a equipe só teve uma chance clara, as oportunidades na volta apareceram. A primeira foi com Jean Silva, sozinho, que recebeu passe de Muriqui e chutou para a defesa de Thiago. Um minuto depois do gol de Muriqui, Pablo Roberto entrou cara a cara com o goleiro bicolor, viu o arqueiro crescer e desperdiçou uma chance que mataria qualquer tipo de reação.

Na segunda etapa, depois do empate do Paysandu com Mário Sérgio, Raí foi acionado por Pablo Roberto e cruzou para Muriqui, livre, cabecear no travessão. Depois da virada bicolor, com gol marcado por Fernando Gabriel, Muriqui recebeu enfiada de bola de Ronald e parou em Thiago, desperdiçando o empate que seria suficiente para a classificação no último minuto.

Muriqui parou em Thiago Coelho no último minuto

Muriqui parou em Thiago Coelho no último minuto

Muriqui parou em Thiago Coelho no último minuto |Alex Daniel

3- Soberba precede a queda?

Em um clássico, achar que já ganhou é decretar a derrota. Isso porque a equipe relaxa, o clima de já deu tudo certo acaba entrando em campo e os jogadores esquecem da raça e vontade de vencer. Obviamente, o Remo chegou melhor que o Paysandu aos clássicos. Mais organizado e com uma equipe bem comandada por Marcelo Cabo, em muitos momentos pareceu menosprezar o rival. Golpe fatal! Toques a mais ao invés de concluir, gols perdidos, excesso de preciosismo custaram caro ao Leão Azul.

Azulinos caíram na real tarde demais

Azulinos caíram na real tarde demais

Azulinos caíram na real tarde demais |Wagner Santana / Diário do Pará

4- Aposta no Neymar

Anunciado no dia 25 de fevereiro, o atacante Rogério, ou melhor, Neymar do Nordeste, precisou de mais ou menos um mês para entrar em forma e, finalmente (para a sorte do Paysandu), fazer a sua estreia. Sem ritmo de jogo, entrou em campo com o placar apontando 1 a 1 e errou tudo o que tentou, inclusive um dos pênaltis que custaram a eliminação. Bola errada de Marcelo Cabo e sua comissão técnica.

Rogério foi um dos principais alvos do torcedor

Rogério foi um dos principais alvos do torcedor

Rogério foi um dos principais alvos do torcedor |Wagner Santana / Diário do Pará

5- Psicológico pesou

O Paysandu voltou diferente para o segundo tempo após as substituições de Márcio Fernandes e o intenso ritmo da equipe bicolor assustou o Remo, que viu Mário Sérgio empatar aos 5 minutos. O gol mostrou ao Leão que não era qualquer adversário que estava do outro lado, mas sim o maior rival, que cresceu na partida e encurralou os azulinos, que tinham flashbacks de contra-ataques e só.

O Paysandu martelou tanto que a virada veio e, mesmo com a vantagem de jogar pelo empate, Vinícius, referência e ídolo remista, começou a cair em campo esperando o tempo passar, pois percebeu que o Remo havia sentido a reação do Papão e que não tinha mais forças para encarar um rival confiante e determinado ao tudo ou nada, dentro das suas limitações.

Vinícius chegou a tirar as luvas para amarrar os cadarços da chuteira

Vinícius chegou a tirar as luvas para amarrar os cadarços da chuteira

Vinícius chegou a tirar as luvas para amarrar os cadarços da chuteira |Wagner Santana / Diário do Pará

6- Saída de Pablo Roberto

Mesmo com o faro de artilheiro de Muriqui, o meio campista de 23 anos é quem dita o ritmo do Remo de Marcelo Cabo. Todas as bolas passam pelo meia e não foi à toa que ambos os gols azulinos nos clássicos foram com assistências dele para o camisa 10. Entretanto, após sentir a posterior da coxa, precisou ser substituído aos 33 minutos, dois minutos antes da virada bicolor. Sem ele, o Leão perdeu o controle do meio de campo de vez.

Pablo Roberto é o cérebro da equipe

Pablo Roberto é o cérebro da equipe

Pablo Roberto é o cérebro da equipe |Wagner Almeida / Diário do Pará

7- Marcelo Cabo

O treinador azulino vem fazendo um bom trabalho com o Remo. Classificado com antecedência à segunda fase do Parazão e na terceira fase da Copa do Brasil, além de chegar às semifinais da Copa Verde, ele mostra ter o elenco em mãos. Porém, não foi feliz nas substituições. Umas por opção e outras por ser forçado, viu sua equipe perder ainda mais força e o rival crescer. Rogério, Raí, Ronald e Pingo não conseguiram manter as poucas forças que restavam e o Leão sucumbiu de vez.

Marcelo Cabo não teve uma noite feliz

Marcelo Cabo não teve uma noite feliz

Marcelo Cabo não teve uma noite feliz |Wagner Almeida / Diário do Pará

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