Despersonalização
Em texto publicada na Neuroscience News, Barker identifica que, “em diversos pontos da história, Alice questiona sua própria identidade e se sente de alguma forma ‘diferente’ de quando ela despertou”.
De acordo com a pesquisadora, isso pode caracterizar o transtorno de despersonalização, um distúrbio que faz com que a pessoa sinta que não pertence ao próprio corpo, pense que não está vivendo aquele exato momento e apresente uma falta de memórias e pensamentos.
Esse transtorno pode estar relacionado ao abuso ou trauma infantil, agindo como um mecanismo de defesa para que a pessoa se desconecte de evento adversos.
Prosopagnosia
Outro transtorno diagnosticado por Barker é a prosopagnosia do personagem Humpty-Dumpty. A doença, que pode ser tanto hereditária quanto causada por traumas, impede que a pessoa reconheça rostos.
Diagnósticos anteriores
Alguns pesquisadores não só tentaram diagnosticar as doenças retratadas nas histórias de Carroll, como também nomearam uma síndrome com o nome do clássico.
Em 1955, o psiquiatra britânico John Todd caracterizou a Síndrome de Alice no País das Maravilhas, identificada quando o tamanho do próprio corpo e o tamanho dos objetos ao seu redor são percebidos de forma errada. Além disso, quem sofre dessa condição também pode ter enxaquecas, algo que o próprio Lewis Carroll dizia sofrer.
Há também alguns sinais de que o autor teria se inspirado em diagnósticos e transtornos comuns a trabalhadores do século 19, em plena Revolução Industrial. O tio de Carroll, por exemplo, fazia parte da Lunacy Commission, uma comissão que supervisionava instituições que tratavam transtornos mentais, e teria sido uma fonte de informações para o escritor.
Fonte: Revista Galileu