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04/05/2022 às 21h39min - Atualizada em 04/05/2022 às 21h39min

Metropolitano é referência na captação de múltiplos órgãos

O procedimento é autorizado por lei e realizado em unidades de grande porte do Brasil. O Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência fica em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém.

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A doação de órgãos e tecidos, quando autorizada pela família de um paciente que recebe diagnóstico de morte encefálica, pode salvar a vida de outras pessoas. No Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, o procedimento de captação já é uma realidade.

Com estrutura adequada, além de uma Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), implementada em 2014 e formada por equipe multiprofissional, a unidade, que pertence ao Governo do Estado e é gerenciada pela Pró-Saúde, já realizou, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), 100 mobilizações para cirurgias de captação, que resultaram na captação e doação de mais de 500 órgãos, entre eles, córneas, rins e fígado.

“O Metropolitano, pelo porte e infraestrutura, é capaz colaborar com a captação de órgãos, permitindo que, cada vez mais, pessoas que estão na fila e precisam de transplante se recuperem”, explica o coordenador da Comissão de Captação do HMUE, Iury Burlamaqui. 

Do processo de identificação de potenciais doadores até a captação, há um longo percurso. Para que a cirurgia de captação ocorra, é imprescindível a comprovação de morte encefálica, além da sensibilização da família. Essa abordagem é feita por equipe multiprofissional treinada para isso. Na ocasião, o processo é comunicado e cabe aos familiares autorizar ou não. 

“Sem dúvidas, pela perspectiva de salvar vidas, a ação não deixa de ser um alento para os familiares do doador, que recebem apoio e atenção necessária. Mesmo em um momento triste, saber que há a possibilidade de dar a vida a outras pessoas, tornar esse caminho um pouco mais ameno”, comenta a médica e diretora técnica do Hospital Metropolitano, Renata Coutinho.

Com a confirmação de morte encefálica e autorização dos familiares, a Central Estadual de Transplantes (CET - Pará) é notificada pelo hospital e fornece o apoio necessário, com materiais e equipe de profissionais qualificada para fazer a captação. 

Esse longo protocolo de segurança, que vai da identificação do potencial doador à captação é rigorosamente seguido. “Esse processo é acompanhado de forma organizada e metódica, seguindo instruções conforme todas as orientações legais”, comenta a médica.

Feita a cirurgia de captação no HMUE, os órgãos doados vão para pacientes que aguardam em uma fila única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT). 

“O que sabemos é que, certamente, será motivo de grande felicidade para quem precisa, para a equipe envolvida no processo e, também, alento para os familiares do doador que, mesmo em um momento de extrema dor, optaram por dizer sim à doação”, completa Renata.

Falta de informação

Entre os principais fatores que dificultam a captação de órgãos está a negativa dos familiares. “O preconceito por conta da falta de conhecimento é um fator determinante que impacta diretamente no número de captações e transplantes para quem precisa”, diz coordenador responsável pela Comissão Intra-Hospitalar do Hospital Metropolitano. 

Esse fator é confirmado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (Abto). Segundo a entidade, em 2021, 43% das famílias recusaram a doação de órgãos de seus parentes após morte encefálica comprovada.

Em contexto nacional, dados do Ministério da Saúde mostram que, ainda no ano passado, 6.476 familiares foram entrevistados para autorização, deste total 2.716 disseram não à captação.

“Somente com grande sensibilização para a causa conseguiremos reverter este quadro. Obviamente, optar por aceitar não é um processo fácil, mas ter em mente que há alguém precisando do órgão e que o transplante só pode ocorrer se houver doação, é um bom argumento para que a família do doador mude a percepção sobre o tema" finaliza o profissional.


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