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20/11/2017 às 17h09min - Atualizada em 20/11/2017 às 17h09min

Escola Carmelo Mendes recebe I Seminário Municipal de História e Cultura Afro-Brasileira

Pela primeira vez em Canaã, evento traz para a sociedade o debate histórico da cultura e da luta negra no Brasil

Kleysykennyson Carneiro - Jornal In Foco
Fotos: Ricardo Mesquita
O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro por todo o país. A data traz à tona a discussão a respeito do racismo que ainda existe no Brasil e as formas de combater os mais variados tipos de discriminação intrínsecos na sociedade. A Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Educação, trouxe a pauta para a Escola Carmelo Mendes nesta segunda-feira (20) e decidiu promover, durante todo o dia, o I Seminário Municipal de História e Cultura Afro-Brasileira em Canaã.
 
O principal objetivo do Seminário é debater com especialistas no assunto a influência da cultura negra no atual contexto da sociedade, a história de luta e ainda a democratização das oportunidades de acesso a todos os espaços. A ideia é que os professores levem as discussões e reflexões sociais, políticas, culturais e educacionais para a sala de aula, promovendo, a partir disso, o debate entre os mais jovens.


 
O evento contou com a participação de algumas autoridades municipais, como o prefeito Jeová Andrade, o vereador Dionísio Coutinho e o secretário de educação André Wilson. O professor de história Marlon Guimarães Amorim foi um dos convidados e ministrou a palestra “Desafios e perspectivas diante da realidade do pensamento conservador no Brasil atual”. Um café da manhã foi servido aos presentes antes do início do Seminário.
 
O professor André Wilson destacou em sua fala a influência positiva da educação para o seu crescimento pessoal e profissional: “Eu sou um homem de pele negra, que trabalhava na traseira de um caminhão de lixo. Hoje estou aqui falando para centenas de pessoas como secretário municipal de educação. O que aconteceu na vida deste negro aqui? Foi o estudo. Foi a oportunidade de entrar em uma universidade. Então, isso sim é o diferencial na vida das pessoas.”


 
O secretário falou ainda sobre os objetivos da pasta ao promover o Seminário: “Este é um marco na educação de Canaã. Estamos trazendo este tema da cultura afro e transformando ele em um programa de conteúdo para se trabalhar o ano inteiro na Rede Municipal de Educação. O evento é mais específico para os professores de história e artes, e eles serão os multiplicadores para a Rede. É bom que se destaque que enviamos substitutos para esses professores que estão aqui hoje no evento para que as aulas não parem.”
 
Patrícia Rodrigues de Brito é coordenadora de geografia e história na educação municipal e falou sobre as apresentações em exposição na mostra: “Hoje nós estamos apresentando trabalhos feitos pelos alunos de todas as nossas escolas da Rede de Educação. É um trabalho que visa influenciá-los na diversidade que tem a nossa cultura afro-brasileira na comida, instrumentos musicais, artesanatos, entre outros. A ideia é que eles busquem e interajam cada vez mais com a diversidade da cultura afro, que é tão maravilhosa.”


 
Dionísio Coutinho também fez o uso da palavra: “Nós temos hoje um dia de reflexão neste 20 de novembro. Ele foi instituído para promover uma reflexão sobre o que ocorreu e o que ocorre neste país em que temos aproximadamente 86 milhões de negros e que é o país mais negro, fora da África. Nós temos aí grandes exemplos de superação e conquista, apesar da árdua luta, como Mandela e Luther King. Esse dia é para que possamos lembrar da luta e refletir mais.”


 
O prefeito Jeová Andrade parabenizou a equipe da SEMED pela organização do evento e destacou a importância da reflexão do tema para conquistas e avanços sociais: “É bastante importante que se debata este assunto que já vem sendo trabalhado desde a época da abolição da escravatura. Acredito que tenhamos avançado, mas ainda existe o preconceito. Eu acredito muito que, com o passar dos anos, vamos melhorar ainda mais e os nossos netos talvez nem precisem discutir mais o assunto. Está ficando muito claro que o tratamento diferenciado pela cor da pele é pura idiotice.”


 
O professor Marlon falou sobre a importância da educação no combate ao racismo e também sobre o tema escolhido para a palestra: “Eu acredito em educação como um instrumento de transformação da sociedade. Eu sempre utilizo a seguinte frase nas minhas aulas: ‘absorver conhecimento científico para propor soluções para os problemas da vida sociedade’. Esse foi tema foi escolhido, pois na atualidade tem muita gente usando a desculpa de ser conservador para ser racista. Você pode ser conservador, mas não racista. Há leis para se punir quem age assim.”


 
Além da palestra e dos debates, o Seminário leva ao público também diversas apresentações em referência à cultura afro-brasileira. O Dia da Consciência Negra só existe por conta das manifestações racistas que teimam em se fazer presentes na sociedade. É necessário que cada um faça a sua parte no combate ao preconceito e este pode estar mais perto do que se imagina. Enquanto houver racismo, o debate deve continuar e o Dia da Consciência deve se estender por todo o ano, conforme propôs o secretário André Wilson.
 
  
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