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20/05/2017 às 10h26min - Atualizada em 20/05/2017 às 10h26min

Escândalo de corrupção na Secretaria de Obras de Redenção

Ministério Público, Policia Federal e Oficiais de Justiça cumpriram mandatos de prisão no prédio da secretaria.

Silvia Lopes - Jornal In Foco
Foi deflagrada na manhã de sexta-feira, 19, pelo Ministério Público do Estado do Pará a Operação Avadon. O nome da operação faz alusão ao local para onde são enviadas as pessoas que cometeram crimes incorrigíveis. Por pelo menos 5 horas, membros do Ministério Público, Policiais Federais e 2 Oficiais de Justiça cumpriram de forma simultânea mandatos de busca e apreensão no prédio da Secretaria Municipal de Obras, Transporte e Urbanismo de Redenção e também na casa da secretária Maria Cristina Caldas Rodrigues, titular da pasta. A operação é coordenada pelas Promotoras de Justiça Lorena Miranda e Cremilda Aquino, ambas da Promotoria de Conceição do Araguaia, com o apoio do Procurador da Justiça Nelson Medrado e da equipe do Núcleo de combate à improbidade administrativa.
 
Cristina, que também é arquiteta, é acusada pelo Ministério Público de integrar uma quadrilha especializada em usar a Secretaria de Obras para intermediar negócios com o seu próprio escritório de projetos. Além disso, o MP investiga a denúncia de que muitas construções de casas e prédios em Redenção receberam o alvará de construção sem o pagamento do boleto na conta da Prefeitura. Existe também a denúncia de que, para alguns clientes, que fazem os seus projetos no seu escritório, a secretária dispensa a cobrança do alvará.
 
As investigações começaram há cerca de 30 dias, após um grupo de engenheiros denunciar a fraude. O esquema funcionava da seguinte forma: quando alguém queria iniciar uma obra, procurava a secretária para a emissão do alvará, no entanto Cristina não aprovava apenas a licença, mas elaborava e fiscalizava os projetos por meio de seu escritório.
 
Além de Maria Cristina, outros 4 servidores também são acusados de compor o esquema: Helen Fernandes da Rocha, Coordenadora e Controladora de Obras e Urbanismo, Josimar de Jesus Ribeiro, Agente de Infraestrutura Operacional, Tiago de Sousa Silva, Agente de Infraestrutura do IPPUR e Claudenyr Alves Saraiva, Agente Tributário da Secretaria de Fazenda. Uma grande quantidade de documentos e mais R$ 184 mil em dinheiro, guardados em um saco, foram encontrados na residência da secretária.
 
HD’s, CD’s contendo inúmeros projetos e pen drives também foram encontrados e encaminhados para a perícia. Até o momento, ninguém foi preso, mas os cinco investigados já estão afastados de suas funções. Após a análise das documentações e de outros aspectos das investigações, o MP adotará as providências judiciais e extrajudiciais cabíveis.
 
Procurados pela reportagem, a secretária e o prefeito Carlos Iavé, não atenderam aos telefonemas e nem retornaram as ligações. Segundo informações, o prefeito teria viajado para Goiânia logo após a ação do Ministério Público. Já, Cristina, agora afastada do cargo, divulgou um áudio em um grupo de mensagens instantâneas onde diz o seguinte:
 
“Estou tranquila, quem não deve, não teme. Não passa de perseguição política contra mim. Eu não passo de uma trabalhadora incansável, mas nada vai me afastar do meu Deus e nada vai me afastar deste cargo que me foi concedido por Deus e pelo Iavé. Eu não vou desistir.”
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