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18/08/2021 às 08h47min - Atualizada em 18/08/2021 às 08h47min

Dia do Ciclista: medo e cobranças imperam

Sobre duas rodas, milhares de pessoas em Belém enfrentam todos os dias os perigos de trafegar por vias que não ofertam condições necessárias para pedalar. Hoje, eles exigem melhorias e sobretudo respeito no trânsito

Dol
 

Hoje é celebrado o Dia Nacional do Ciclista, data marcada para reflexão em homenagem a Pedro Davison, jovem de 25 anos, morto após um atropelamento no Eixo Sul, em Brasília, há 15 anos. Pedro foi vítima de um motorista embriagado que dirigia com a habilitação vencida e em alta velocidade. Diariamente, para quem faz uso da bicicleta como meio de transporte ou prática esportiva, a segurança nas vias e mais respeito têm sido os pilares da luta de ciclistas, assombrados por um cenário marcado por atropelamentos, acidentes e estrutura cicloviária ainda precária. Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), 13.718 ciclistas morreram nos últimos dez anos no Brasil e, dessas mortes, 60% foram motivadas por atropelamento.

Aos cofres públicos, os acidentes para tratar de ciclistas traumatizados em colisão com motocicletas, automóveis, ônibus, caminhões e outros veículos de transporte geraram um custo de R$ 15 milhões por ano ao Sistema Único de Saúde (SUS). A nível regional, levantamento da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) mostra que o Hospital Metropolitano, em Ananindeua, em 2019 atendeu 211 ciclistas e em 2020 realizou o atendimento de 187 ciclistas em acidentes envolvendo motocicletas, automóveis, ônibus e caminhões. Os números representam queda de 11,37% nos casos. Já os números parciais de 2021 apontam que, até ontem, a unidade fez 87 atendimentos desse perfil.

Segundo a integrante do ParáCiclo e diretora da União de Ciclistas do Brasil, Ruth Costa, a mobilidade urbana e a segurança dos ciclistas ainda são um problema muito sério em Belém. “Temos números altos de acidentes envolvendo ciclistas que usam a bicicleta como meio de transporte, esporte ou lazer. A impressão que eu tenho é que tem aumentado a falta de respeito por parte de condutores de veículos e motoqueiros e que não há manutenção nas ciclovias e ciclofaixas”, disse. “Eu que uso bike vejo diariamente esta situação caótica em Belém. É preciso que o poder público dê visibilidade para os ciclistas e que as pessoas vejam a bicicleta como um veículo saudável. Esse respeito precisa ser cobrado e fiscalizado”, acrescentou.

PERIGOS

Na capital, a diretora diz que alguns trechos são mais perigosos para pedalar ou carentes de fiscalização, dificultando a passagem do ciclista ou facilitando o risco de acidentes. “A Lomas Valentinas é invadida diariamente, com trechos que servem de estacionamento. E na Vileta, outra via que conta com carros constantemente estacionados nas ciclofaixas”, explicou.


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