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26/03/2020 às 09h14min - Atualizada em 26/03/2020 às 09h14min

​Governadores ignoram discurso de Bolsonaro; coronavírus deve custar R$ 410 bi a mais da Saúde

- Jornal In Foco
G1
Após o pronunciamento realizado na terça-feira (24) pedindo que o país volte à normalidade, o presidente Jair Bolsonaro foi alvo de críticas e governadores afirmaram que não vão acabar com as medidas de restrição já direcionadas à população.
 
Em sua reportagem principal, a Folha de S.Paulo destaca que o presidente se isolou ainda mais no Palácio do Planalto e foi ignorado por governadores após seu discurso.
 
Durante videoconferência realizada nesta quarta-feira (25) entre o governador de São Paulo, João Doria, e outros governadores do Sudeste, o presidente Jair Bolsonaro subiu o tom e afirmou que político paulista “não tem altura para criticar o governo federal”.
 
Em resposta, Doria pediu que o presidente “tenha serenidade, calma e equilíbrio”. A Folha enfatiza que a reação de Doria aconteceu sem alteração no tom de voz, enquanto Bolsonaro respondeu aos berros.
 
Além do bate-boca com Doria, o presidente viu governadores aliados se afastarem, como Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Comandante Moisés (PSL-SC). Caiado é médico e foi duro em suas críticas à postura do presidente.
 
Já o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, tentou endossar a fala de Bolsonaro e disse que a quarentena nos estados está desorganizada e precipitada. “Bolsonaro é ignorado por governadores e se isola mais”, sublinha a manchete da Folha.
 
 
Desgaste
 
O Globo também comenta o isolamento de Bolsonaro após a defesa do fim das medidas restritivas e afirma que o presidente foi alvo de críticas de dentro e de fora do governo, da Organização Mundial da Saúde (OMS), de políticos de oposição e até de aliados. Ele também se desgastou com o Ministério Público Federal, e até mesmo com o vice-presidente, Hamilton Mourão.
 
Segundo o matutino carioca, a sociedade civil respondeu de forma negativa à postura de Bolsonaro e as ruas das capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, permaneceram vazias durante a quarta-feira (25).
 
O Globo reforça que a orientação da OMS é de que as pessoas fiquem em casa e líderes de todo o mundo tem adotado essa postura.
 
Segundo o matutino carioca, enquanto o ministro da Saúde tentou se equilibrar diante das falas de Bolsonaro, sua equipe deixou claro que vai se fiar em aspectos técnicos para tomar decisões e fazer recomendações. “Governadores e cientistas rechaçam Bolsonaro; população fica em casa”, informa a manchete do Globo.
 
Gastos na saúde
 

Em seu título principal, O Estado de S.Paulo afirma que o coronavírus pode custar R$ 410 bilhões a mais aos cofres públicos para que o Sistema Único de Saúde (SUS) consiga atender os infectados. Segundo o Estadão, a informação está em documento enviado pelo ministro da Saúde ao ministro da Economia, Paulo Guedes, na terça-feira (24).
 
O matutino enfatiza que, apesar do discurso de Bolsonaro tentando minimizar a gravidade da doença, o documento mostra preocupação da pasta da saúde com as despesas que o Estado terá para tratar o grande número de pessoas infectadas que devem ser atendidas.
 
Caso 10% da população seja contaminada, por exemplo, o documento estima um gasto de R$ 9,31 bilhões para internações.
 
O Estadão afirma que os dados sobre o impacto orçamentário da doença foram enviados como justificativa para elaborar um projeto com financiamento de US$ 100 milhões do Banco Mundial para serviços como contratação de equipes de saúde e compra de testes de diagnóstico. “Saúde estima que doença pode custar R$ 410 bi extras ao SUS”, destaca a manchete do Estadão.
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