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27/02/2020 às 15h01min - Atualizada em 27/02/2020 às 15h01min

​Coronavírus: Brasil tem capacidade de resposta em larga escala, diz diretor-executivo da OMS

O diretor-executivo do programa de emergências da OMS, Michael Ryan, afirmou que o país já demonstrou competência para lidar com epidemias de doenças como a dengue e a zika. Primeiro caso de Covid-19 no território brasileiro foi confirmado na quarta (26).

- Jornal In Foco
G1
Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (27), o diretor-executivo do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, declarou que o Brasil "demonstrou claramente a capacidade de resposta em larga escala" ao ser questionado sobre a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no país.
 
Coronavírus: veja perguntas e respostas

"Eu acho que o Brasil tem uma histórico de abordagem muito forte de realmente lidar com epidemias bastante graves, se olharmos para as epidemias de dengue e febre amarela nos últimos anos, e [o país] demonstrou claramente a capacidade de resposta em larga escala", afirmou Ryan, "e, de fato, o Brasil estava na linha de frente da resposta ao vírus da zika também".
 
Ele alertou, entretanto, para o que chamou de "suposições" quando foi questionado sobre se o clima do país ajudaria no combate ao novo vírus.
 
"Acho que precisamos ter cuidado ao fazer suposições sobre a propagação ou não de um vírus devido a condições climáticas ou outras [condições]", declarou.
Já a epidemiologista Maria van Kerkhove, líder técnica de programas de emergência da OMS, frisou que a resposta ao Covid-19 é a mesma em todos os países.
 
"A abordagem não muda: você [o país] está pronto para cuidar do caso, para isolar, para fornecer cuidado clínico, para identificar todos os contatos associados ao caso? Em todos esses países que estão identificando casos pela primeira vez, está sob o seu controle ser capaz de parar isso", explicou van Kerkhove.
 
Veja como se prevenir do coronavírus

Nas últimas 24 horas, 9 países registraram casos pela primeira vez, incluindo o Brasil: Dinamarca, Estônia, Geórgia, Grécia, Macedônia do Norte, Noruega, Paquistão e Romênia. No território brasileiro, além de um paciente confirmado, outros 20 estavam sendo monitorados como suspeitos até a quarta-feira (26), segundo o Ministério da Saúde.
 
Uso de máscaras


 Passageira usa máscara protetora contra o novo coronavírus no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, nesta quinta (27).

Para os especialistas da entidade, só as pessoas que estiverem doentes devem usar máscaras.
 
"A orientação da OMS é que as pessoas usem máscaras se elas mesmas estiverem doentes, se tiverem sintomas respiratórios. E o motivo para isso é que elas evitem a transmissão para outra pessoa, não para evitar que elas mesmas se infectem", explicou Maria van Kerkhove, líder do programa de emergências.


 Maria van Kerkhove, líder técnica do programa de emergências da OMS

Van Kerkhove frisou, ainda, que trabalhadores de saúde devem ter prioridade no uso das máscaras, caso elas venham a faltar.
 
"É muito importante que, se tivermos escassez de máscaras, que as usemos para os trabalhadores da linha de frente. E que priorizemos o uso dessas máscaras para as pessoas que realmente precisam delas no hospital, e também para aqueles que estão cuidando de outras pessoas em casa", alertou.
 
Período de incubação

 
Funcionários do aeroporto usam máscaras para se proteger do novo coronavírus no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, nesta quinta-feira (27)

Os membros da OMS foram questionados também sobre a possibilidade de transmissão por pessoas que ainda estão no período de incubação da doença (o tempo entre o contágio e o aparecimento dos primeiros sintomas). Segundo a entidade, esse tempo para o Covid-19 é de 1 a 14 dias, com uma média de 5 dias.
 
"Precisamos ser cuidadosos aqui", alertou Michael Ryan, diretor-executivo do programa de emergências da OMS. "Os dados da China e de outros lugares não sugerem que pessoas assintomáticas são a principal força de contaminação nesta epidemia", disse.
Ele explicou que, apesar de as pessoas poderem transmitir a doença antes do surgimento dos primeiros sintomas, "a vasta maioria das transmissões nesta epidemia está ocorrendo de indivíduos com sintomas para outros. Não estou dizendo que não pode acontecer [transmitir antes dos primeiros sintomas], mas não é um fator grande nesta epidemia".
 
"Se eu tiver que fazer uma escolha", frisou Ryan, "vou manter as mãos limpas, usar desinfetante para as mãos, lavar com água e sabão, tossir na manga da roupa, lavar as mãos depois que tocar em superfícies. Essas são as ações que vão prevenir a transmissão da doença".
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