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13/02/2020 às 09h57min - Atualizada em 13/02/2020 às 09h57min

​Bolsonaro diz que incluir governadores no Conselho da Amazônia 'não resolve nada'

Ao transferir conselho do Ministério do Meio Ambiente para Vice-Presidência, Bolsonaro excluiu governadores. Presidente disse que eles serão consultados sobre decisões na região.

- Jornal In Foco
G1
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (13) que incluir governadores no Conselho Nacional da Amazônia "não resolveria nada". Ele ressaltou, no entanto, que não vai tomar decisões sobre a região sem consultá-los.
 
Bolsonaro foi questionado, durante entrevista na saída do Palácio da Alvorada, se foi dele a decisão de excluir os governadores do conselho, agora chefiado pelo vice-presidente Hamilton Mourão.
 
Ao assinar o decreto que transferiu o colegiado do Ministério do Meio Ambiente para a Vice-presidência, Bolsonaro deixou de fora os governadores da Amazônia Legal. A composição anterior do conselho, estipulada em um decreto de 1995, incluía os governadores. Integram a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão.
 
Segundo Bolsonaro, ter governadores e secretários municipais no colegiado tornaria o grupo muito grande e não seria efetivo, além de gerar despesas.
 
“Se você quiser que eu bote, está aqui o Atila Lins [deputado federal PP-AM] para responder. Se você quiser que eu bote governadores, secretários de grandes cidades, vai ter 200 caras. Sabe o que vai resolver? Nada. Nada”, disse Bolsonaro, que acrescentou:
 
“Tem bastante ministros. Nós não vamos tomar decisões sobre estados da Amazônia sem conversar com governador, com a bancada do estado. Se botar muita gente, é passagem aérea, hospedagem, uma despesa enorme, não resolve nada”, completou o presidente.

Bolsonaro destacou que Mourão conhece a região, por ter trabalhado na Amazônia durante sua carreira militar - o vice-presidente é general da reserva do Exército.
 
Bolsonaro também afirmou na entrevista que a organização não-governamental Greenpeace, que desenvolve ações de proteção ambiental, é uma "porcaria" e um "lixo".
 
Ele foi questionado sobre posição da entidade, que destacou que o Conselho da Amazônia não tem meta nem orçamento.
 
"Quem é Greenpeace? Quem é essa porcaria chamada Greenpeace? Isso é um lixo! Isso é um lixo!", afirmou Bolsonaro.
 
Críticas
O governador do Amapá e presidente do Consórcio de Estados da Amazônia Legal, Waldez Góes, lamentou e classificou como “retrocesso”
 
a exclusão dos governadores eleitos do Conselho da Amazônia.
 
Waldez disse esperar “bom senso” do Planalto para revisar a composição do colegiado.
 
"Precisamos andar juntos para enfrentar os desafios amazônicos e garantir mais dignidade e inclusão para nossa população. Estamos à disposição para contribuir com o debate e construção de políticas e estratégias nacionais em conjunto com o novo Conselho”, declarou Goés.
 
O governador do Maranhão, Flávio Dino, também criticou a saída dos governadores do grupo. Na sua opinião, a decisão não foi boa a "democracia do país"
 
“É um método geral do governo Bolsonaro, infelizmente. Uma visão extremista, belicista, de afastamento de setores sociais, políticos e econômicos e isso não é bom para a democracia brasileira”, disse Dino.
 
Ministério para Amazônia

A reativação do conselho foi anunciada em meio às diversas críticas de ambientalistas e líderes internacionais sobre a política ambiental do governo Bolsonaro.
 
Ainda na entrevista desta quinta, Bolsonaro afirmou que o deputado Átila Lins lhe sugeriu a criação do Ministério Extraordinário da Amazônia, a fim de executar ações na região. O presidente disse que estudará a sugestão, mas admitiu o impacto negativo por criar um novo ministério.
 
“Levo para estudar. Não posso aceitar aqui agora, envolve despesas, o impacto negativo de mais um ministério”, disse Bolsonaro.
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