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05/02/2020 às 10h06min - Atualizada em 05/02/2020 às 10h06min

Fornecedora atrasa entrega, e parte dos clubes estreia sem conhecer bola da Copa do Brasil

Altos valores do material esportivo também impedem contato com a bola

- Jornal In Foco
Globo Esporte
Bola da temporada 2020 - Merlin — Foto: Fernando Torres / CBF
Mais da metade das equipes que entram em campo nesta semana pela Copa do Brasil alegam não ter treinado com a bola da competição. Clubes ouvidos pelo GloboEsporte.com relataram atrasos na entrega e dificuldades para comprar o material nos últimos meses.
 
Pelo menos 24 clubes dos 38 que disputam a primeira semana da competição disseram à reportagem que não tiveram contato com a bola da Nike, fornecedora oficial do torneio. Os problemas relatados foram os seguintes:
 
Sete disseram que compraram as bolas da Nike, mas não receberam o material a tempo de realizar atividades prévias. São eles: Operário-PR, Bahia, Juventude, CSA, Atlético-GO, Santa Cruz e América-MG;

Outros 17 clubes afirmaram que optaram por não comprar as bolas, pelos altos valores do material (cada bola custa cerca de R$ 600) ou pela previsão de atraso na entrega. São eles: Brasiliense, Paraná, Luverdense, Paysandu, Figueirense, Santo André, Santos-AP, Caxias, CRB, São Luiz, Londrina, River-PI, Boa Esporte e ABC. Novorizontino, Criciúma e XV de Piracicaba informaram que tentaram a compra, mas ao saberem do prazo de entrega, desistiram.

Além de Atlético-GO e Bahia, clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro, Atlético-MG, Coritiba e Fluminense disseram não ter recebido o material até o momento. Esses, porém, estreiam na Copa do Brasil apenas na próxima semana. O Coritiba, por exemplo, afirmou que fez a encomenda em novembro de 2019.
 
O Juventude foi outro que disse ter feito o pedido das bolas em novembro. Até o momento, porém, afirma que não recebeu nenhum material para os treinos. O clube gaúcho estreia nesta quarta-feira, às 15h30, diante do Coruripe.
 
O XV de Piracicaba informou que fez o pedido, mas recebeu a informação de que a fornecedora não teria bolas para pronta-entrega. Segundo o clube, se a compra fosse efetuada, o material chegaria apenas na próxima quinta-feira, um dia após o jogo de estreia contra o Londrina. A saída encontrada pelo time do interior de São Paulo foi utilizar bolas de outra competição durante a preparação.
 
O Operário, do Paraná, relatou outra dificuldade: a falta de resposta nos pedidos. O clube diz que há mais de 20 dias tenta adquirir as bolas, mas sem respostas por parte da fornecedora. A equipe enfrenta o Barbalha, do Ceará, nesta quarta-feira, fora de casa, e não conseguiu treinar com as bolas da Copa do Brasil.
 
Em contato com a reportagem do GloboEsporte.com, a Nike afirmou que os problemas já "estão sendo resolvidos e tratados com a devida urgência".
 
– A Nike está comprometida com os seus consumidores e parceiros e sempre busca atendê-los com o mais alto nível de excelência. Assim, com o intuito de minimizar problemas pontuais, a Nike esclarece que a maior parte dos clubes que solicitou a nova bola CBF Nike Merlin 2020 já foi atendido, e que os casos dos clubes que ainda não foram já estão sendo resolvidos e tratados com a devida urgência – comunicou a empresa.



Os únicos clubes ouvidos pela reportagem que informaram ter recebido o produto foram Botafogo e Goiás. A equipe carioca estreia na competição nesta quarta-feira, contra o Caxias, e disse que recebeu o material encomendado em 27 de janeiro. O Goiás também disputa o primeiro jogo nesta quarta, contra o Fast Clube.
 
A bola nomeada como “Merlin Promo SP20” será utilizada na Supercopa do Brasil, na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro deste ano. Todas as competições são organizadas pela Confederação Brasileira de Futebol.
 
A reportagem não conseguiu contato com América-RN, Coruripe, Palmas, Bahia de Feira, Vilhenense, Independente-PA, Atlético-BA, Vitória-ES, União Rondonópolis, Operário, Aquidauanense, Fast Clube e Barbalha.
 
Como funciona a compra?

No início de janeiro, os presidentes das federações de futebol dos estados participantes da Copa do Brasil receberam um ofício da CBF com um passo a passo de como deveriam proceder para a obtenção das bolas da competição. Dizia o ofício:
 
"As bolas serão enviadas pela CBF para as federações respeitando o quantitativo de equipes disputantes da 1ª Fase da Competição como mandante.
 
Cabe-nos informar que:

 
  • As bolas são exclusivas para as partidas;
  • Bolas extras para treinamento podem ser adquiridas pelas equipes através do contato: (e-mail da Nike);
  • Na primeira partida como mandante cada equipe receberá sete bolas a serem usadas exclusivamente na partida;
  • A cada nova partida em casa, o clube mandante receberá duas bolas a serem usadas exclusivamente na partida.

O documento não especifica os valores, mas a unidade da bola custa R$ 600. Uma equipe precisa de sete a dez bolas, em média, para realizar um treino sem restrições.
 
Referente às bolas enviadas pela CBF para os mandantes para o dia do jogo, não foi relatado nenhum problema quanto à entrega aos clubes.
 
Material de outra fornecedora


Enquanto algumas equipes treinam com bolas de competições passadas, caso do Botafogo-PB, que usa o material da Copa do Nordeste de 2019, equipes que recém conquistaram o acesso para a primeira divisão não têm material da última temporada da Nike.
 
O Coritiba, que disputou a Série B em 2019, se prepara para a Copa do Brasil com as bolas da fornecedora da segunda divisão, a Topper. O Atlético-GO, por sua vez, tem bolas da Penalty, provenientes do Campeonato Goiano.

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