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17/10/2019 às 17h01min - Atualizada em 17/10/2019 às 17h01min

​Zuckerberg defende Facebook em discurso sobre liberdade de expressão

Presidente da empresa afirmou que é preciso dar voz às pessoas e chegou a dizer que plataforma não está na China por questões de liberdade na internet.

- Jornal In Foco
G1
Foto: Reprodução
O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, falou esta quinta-feira (17) na Universidade Georgetown, em Washington, onde deu um discurso sobre liberdade de expressão na internet.

Zuckerberg falou a "voz" que redes sociais dão às pessoas, sobre o direito ao contraditório e até criticou a China por problemas com liberdade de expressão on-line, citando o aplicativo TikTok, rede social chinesa em ascensão.

Ele também defendeu as ações que o Facebook tem tomado para retirar opiniões nocivas e discursos de ódio das plataformas da empresa — WhatsApp, Instagram e Facebook.

Na visão do executivo, a empresa tem duas responsabilidades: remover conteúdo que poderia causar "perigo real" da maneira mais efetiva possível, e lutar para ter a definição de liberdade de expressão ser o mais abrangente possível, enquanto luta para que a definição do que é considerado perigoso não seja expandida além do que é preciso.

"Embora eu me preocupe com a erosão da verdade, eu não acredito que a maioria das pessoas quer viver em um mundo onde você só possa publicar coisas que as empresas de tecnologia julguem ser 100% verdade", disse.

O salão da Universidade Georgetown foi escolhido a dedo para o discurso: lá já discursaram presidentes dos EUA e outros líderes políticos, como Barack Obama, Hillary Clinton e até o cantor Bono Vox.

Polêmica com publicidade política

O discurso aborda questões tem sido usadas em críticas ao Facebook nos últimos meses: desinformação, boatos e conteúdos ofensivos. A decisão da empresa de não fazer checagem em anúncios políticos gerou bastante polêmica nos EUA.

Zuckerberg defendeu a atitude da empresa, afirmando que "não é certo que uma companhia privada censure políticos ou notícias em uma democracia".

Facebook impõe novas regras para anúncios políticos nos EUA

"Nós não checamos os fatos em anúncios políticos. Não fazemos isso para ajudar políticos, mas porque nós acreditamos que as pessoas deveriam ver por elas mesmas o que os políticos estão dizendo", afirmou.

O executivo disse que considerou banir esse tipo de anúncio, e que essa decisão seria acertada do ponto de vista dos negócios, já que o faturamento com propaganda política é baixo.

Mas escolheu permitir os anúncios para "dar voz" a políticos que não têm alcance na mídia.

Cutucada no TikTok

Zuckerberg aproveitou o discurso também para falar da liberdade de expressão na China, um tema que voltou à tona recentemente com os protestos em Hong Kong pedindo por democracia na cidade.

Segundo ele, até recentemente, a internet na maioria dos países era definida por plataformas americanas com "valores de liberdade de expressão fortes". Zuckerberg afirmou que há 10 anos, quase todas as maiores plataformas da internet eram americanas e que agora 6 das 10 maiores são chinesas".

"Enquanto nossos serviços, como o WhatsApp, são usados por manifestantes e ativistas por causa da criptografia forte e proteção da privacidade, no TikTok, o aplicativo chinês que cresce mais rápido no mundo, menções a esses protestos são censuradas, até mesmo nos EUA. Essa é a internet que queremos?", perguntou.

De acordo com ele, essa é uma das razões que as plataformas não funcionam na China. Apesar disso, sobram notícias sobre os planos dele e do Facebook de entrar no mercado chinês. Em 2016, a empresa teria até mesmo desenvolvido um mecanismo de censura geográfica para impedir o bloqueio do país.

O Facebook também conta com um projeto chamado Lasso, que pretende ser um competidor do TikTok. Zuckerberg já falou das estratégias da empresa em lidar com o aplicativo, em áudios vazados de uma reunião com funcionários.

Os protestos em Hong Kong já envolveram empresas americanas, que tiveram que lidar com pressões chinesas. A Apple, por exemplo chegou a retirar da App Store um aplicativo que era usado por manifestantes.

 
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