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08/08/2017 às 16h41min - Atualizada em 08/08/2017 às 16h41min

Série '13 Reasons Why' aumentou o interesse por suicídio, diz pesquisa

Revista Galileu

Hannah Baker pode estar influenciando jovens espectadores de 13 Reasons Why negativamente, conforme aponta pesquisa da Universidade Estadual de San Diego, nos Estados Unidos. Segundo o estudo, a procura por temas relacionados ao suicídio cresceu 19% após o lançamento da série.

Os especialistas analisaram quantas vezes termos relacionados ao tema foram procurados no Google, entre 31 de março, quando a série foi lançada, e 18 de abril, véspera do suidício do esportista Aaron Hernandez — a ideia era ter certeza de que a morte de Hernandez não iria influenciar na pesquisa. O resultado foi alarmante: expressões do tipo "como me matar" e "suicídio indolor" tiveram 1 milhão de buscas a mais do que têm normalmente.

"Como a internet é um lugar em que as pessoas podem procurar informações anonimamente e sem julgamento, os pesquisadores podem ver o que está na mente do público, monitorando o que estão procurando", afirma Jon-Patrick Allem, um dos responsáveis pela pesquisa, em artigo do The Conversation.

O lado bom é que a procura por ajuda também cresceu. Termos como "telefone antissuicídio" e "prevenção ao suicídio" aumentaram durante o período, mas os especialistas são pessimistas em suas análises. "Deveríamos nos preocupar muito", disse John Ayers, líder da pesquisa, em entrevista à revista Época.

A GALILEU separou três motivos para ver e outros três para não ver a série. 

A priori o aumento de buscas não é necessariamente alarmante, mas ao encontrarem um estudo de 2011 os especialistas ficaram preocupados. "Pesquisas anteriores mostraram que as tendências de busca de suicídios estão correlacionadas com acontecimento reais, e a cobertura da mídia sobre o assunto coincide com o aumento das tentativas de suicídio", relata Allem. 

Para os cientistas, a solução é simples: seguir o guia da Organização Mundial da Saúde (OMS) para falar sobre o assunto. Além de evitar descrições detalhadas de suicídio, é prudente disponibilizar o contato de centros especializados durante os episódios.

"Os produtores da série devem mudar rapidamente seu curso de ação, incluindo removê-la e adiar a segunda temporada", afirmou Ayers à CNN.

A Netflix, responsável pela obra, ainda não se pronunciou sobre o estudo. Entretanto, em abril, um dos autores de 13 Reasons Why defendeu o formato na série na revista Vanity Fair. "Desde o início concordei que deviamos descrever o suicídio com tanto detalhe e precisão quanto possível. Eu até defendi isso — relatando a história da minha própria tentativa de suicídio com os outros escritores", disse Nic Sheff.


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