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04/08/2017 às 12h39min - Atualizada em 04/08/2017 às 12h39min

Centenas de trabalhadores fazem manifesto em frente ao SINE de Canaã dos Carajás

Na ocasião, um projeto de lei de iniciativa popular e um abaixo-assinado foram apresentados

Kleysykennyson Carneiro - Jornal In Foco
Não é de hoje que os impactos da mineração no município já começam a ser sentidos. Um inchaço populacional aconteceu na cidade por conta da especulação em torno do projeto S11D. Milhares de trabalhadores estiveram empregados na implantação e, com o início da operação do projeto, estes acabaram ficando desempregados. Uma debandada populacional já acontece desde o início do ano, no entanto, milhares de trabalhadores ainda acreditam no potencial empregatício de Canaã e pagam um preço altíssimo por isso. Os impactos sociais advindos do desemprego são sentidos nos mais diversos segmentos da sociedade, desde o aluguel até as compras do mês.
 
Por conta disso, trabalhadores se reuniram na manhã desta sexta-feira (04) na porta do Sistema Nacional de Empregos (SINE) para uma manifestação. Tudo transcorreu de maneira pacífica, no entanto os ânimos estavam exaltados, graças ao evidente desespero por parte de alguns trabalhadores desempregados. De acordo com as denúncias de alguns cidadãos, algumas empresas estão se instalando no município e direcionando as vagas para pessoas de cidades vizinhas e até de outras regiões.


 
Duras críticas foram feitas ao governo Jeová por parte de alguns manifestantes. Segundo eles, a falta de planejamento e pulso firme da gestão acabou ocasionando o volume de impactos sentidos atualmente no município. Alguns populares aproveitaram a presença da imprensa local para fazer uma série de reivindicações. O senhor Vando Mendes era visivelmente um dos mais revoltados na multidão: “Senhor prefeito, o que nós queremos é emprego! Não queremos radares de R$ 700 mil para multar o pai de família que não tem condições nem de comer, ainda mais pagar essas multas! Gere empregos com esse valor que o senhor pôs em radares!”


 
Cristian Kelson, motorista desempregado, falou com tristeza sobre a sua situação: “Eu sou um cidadão brasileiro, residente aqui em Canaã dos Carajás, faço agora, nesse mês de agosto, 2 anos desempregado. Já perdi as contas de quantas vezes vim até aqui no SINE cadastrar a minha carteira e nunca consegui nada. Acho que nós estamos sendo esquecidos pela gestão em Canaã dos Carajás. Eles estão trazendo pessoas de fora e não estão contratando o pessoal aqui da cidade. Isso é uma coisa muito errada!”
 
Já essa trabalhadora falou sobre a revolta com o governo: “Eu gostaria de perguntar ao prefeito Jeová se ele não tem vergonha na cara! Ele está colocando radares na cidade para cobrar multa do povo? Por que não colocar iluminação nos postes? Sinceramente, Jeová, Canaã está arrependida de ter votado em você, novamente!” desabafou.


 “Eu gostaria de perguntar ao prefeito Jeová se ele não tem vergonha na cara! - falou a trabalhadora.

O organizador do movimento, Fagner Silva, falou sobre os principais objetivos da manifestação: “Isso, na verdade, é uma iniciativa popular. Algumas pessoas nos procuraram e falaram sobre a situação atual do município. A ideia é que se priorize a mão de obra local. Nós lançamos aí duas pautas que serão apresentadas na Câmara. Vamos nos reunir com os vereadores ainda hoje para apresentar essas reinvindicações e eles analisarão a viabilidade disso. Tudo aconteceu de forma pacífica e organizada, é bom que se diga.”


 
O vereador Gesiel Ribeiro (PHS) esteve presente e falou sobre o manifesto: “É muito importante o que está acontecendo. Acredito que quando se reivindica, junta pessoas e isso dá mais força ao movimento, pois se vê que a comunidade está envolvida. A situação de desemprego em Canaã é lamentável, é muito triste. Como representante do povo, acredito que temos que tomar medidas para que as empresas que se instalem aqui e deem prioridade para o nosso povo” afirmou. Quando questionado sobre os culpados pela situação atual, o legislador falou: “O poder público sempre tem a sua culpa e essa situação do desemprego em Canaã pela questão mineral já vem desde o ano 2000. Acho que medidas já deveriam ter sido tomadas anos atrás e não agora. Mas se não tomaram, vamos fazer de tudo para resolver essa situação a partir de agora.”


 
O movimento enviará ao legislativo duas pautas. Em uma, a ideia é que se crie um projeto obrigando as empresas a contratar pelo menos 70% da mão de obra local em suas atividades. A outra, pede que se crie um Conselho de Fiscalização para acompanhar os processos de implantação e contratação das empresas em Canaã dos Carajás e que ele seja composto apenas por cidadãos. Além disso, as assinaturas dos trabalhadores foram recolhidas e serão anexadas às pautas.





Ao SINE local, foi solicitado o auditório para a reunião, no entanto ele não foi fornecido, pois a chave, segundo informações, estava em posse da diretora, que se encontra de férias no momento. Nenhum representante do órgão foi autorizado a falar com a imprensa e nenhuma nota, até o fechamento da matéria, foi enviada à nossa redação. 
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