13/08/2019 às 16h02min - Atualizada em 13/08/2019 às 16h02min
Indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixada é 'cara de pau', 'imoral' e 'perigosa', diz Bebianno
Um ano depois de fazer uma declaração pública de amor "hétero" ao então candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL-RJ), durante a convenção que sacramentou a candidatura do capitão, o ex-secretário-geral da Presidência Gustavo Bebianno acusa o presidente de ser "cara de pau" em sua decisão de indicar o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para chefiar a Embaixada do Brasil nos EUA.
"Eduardo, coitado, ele não tem a menor condição. Ele sequer sabe o papel de um embaixador. Ele não tem ideia. Eu convivi de perto com o Eduardo, ele não tem noções básicas de negociação, é um garoto, um menino, um surfista que teve um mandato por causa do pai, depois surfou de novo a onda do pai, na conquista do segundo mandato, mas é um rapaz completamente inexperiente. O nível acadêmico dele é bem iniciante, ele não tem condições", diz Bebianno à BBC News Brasil.
Demitido por Bolsonaro em fevereiro, Bebianno vive seus últimos dias de quarentena do cargo público e pretende voltar a advogar em breve. Esse, no entanto, não é seu plano de longo prazo. Bebianno flerta com a possibilidade de se lançar candidato à prefeitura do Rio de Janeiro em 2020. Ele afirma ter tido convites para integrar diversos partidos, mas não revela quais.
"Há conversas em curso, mas eu tenho muito cuidado porque eu tinha abraçado com muita veemência a bandeira (Bolsonaro) na última eleição. Não me sinto hoje confortável pra me vincular a ninguém", diz.
Seu esforço maior tem sido o de se desvencilhar das ligações com Bolsonaro e das acusações de corrupção que surgiram após a eleição. Em fevereiro, a Polícia Federal abriu investigação para apurar possíveis desvios de dinheiro do fundo eleitoral e partidário.