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16/07/2019 às 15h21min - Atualizada em 16/07/2019 às 15h21min

Novo presidente do BNDES diz que prioridade é explicar 'caixa-preta' do banco em dois meses

Gustavo Montezano tomou posse nesta terça e evitou dar opinião sobre os negócios realizados pelo bancio. Ele também disse que quer devolver R$ 86 bilhões ao governo neste ano.

- Jornal In Foco
G1
Gustavo Montezano, novo presidente do BNDES — Foto: Divulgação/Ministério da Economia
O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou nesta terça-feira (16), após tomar posse em cerimônia no Palácio do Planalto, que a sua prioridade no comando do banco é explicar a chamada "caixa-preta" na instituição financeira.
 
Montezano substituiu no comando do banco o economista e ex-ministro Joaquim Levy. O ex-presidente do BNDES pediu demissão do banco em junho após o presidente Jair Bolsonaro declarar publicamente que estava insatisfeito com a atuação do economista. Uma das queixas de Bolsonaro era a suposta leniência de Levy em divulgar o que ele classifica de "caixa-preta" do BNDES.
 
"O que a gente está se propondo a fazer é explicar a 'caixa-preta'. Há uma duvida clara sobre o que há ou não no BNDES. Cada um me conta uma informação diferente da mesma história. Ao final de dois meses, quero ser capaz de explicar esse conjunto de regulações, empréstimos, perdas financeiras que contextualizam a 'caixa-preta'. O que sairá desse estudo, eu prefiro não comentar agora. Prefiro fazer o dever de casa e qualificar esse tema", declarou Montezano nesta terça.
 
Apesar de o novo presidente do banco público citar a "caixa-preta", o BNDES passou a divulgar, em 2015, por meio do site BNDES Transparente, o valor da taxa de juros cobrada nas operações de crédito para exportações de serviços a outras nações, como Cuba, Angola, Argentina e República Dominicana, entre outros.
 
 
"Qualquer que seja a conclusão, a gente precisa ser transparente e trazer ela para a sociedade e para a mídia. Qualquer coisa que eu fale agora, pode ser leviano ou parcial. Esperem dois meses para a gente ter algo completo e conclusivo. É a prioridade um do banco. Aspecto de imagem, protocolo, a gente tem de analisar sobre todas essas óticas", acrescentou Montezano.
 
Venda de ações
Gustavo Montezano também afirmou a jornalistas que pretende acelerar a venda de ações em posse do BNDESpar, braço financeiro ligado ao mercado de capitais.
 
Atualmente, segundo ele, a instituição possui cerca de R$ 110 bilhões am ações de empresas, sendo cerca de R$ 53 bilhões em ações da Petrobras; R$ 16,5 bilhões da Vale; R$ 9,3 bilhões da Eletrobras e R$ 9,26 bilhões da JBS.
 
“Boa parte hoje são posições meramente especulativas. Se o preço das ações sobe, é um mero ganho financeiro sem nenhuma entrega para a sociedade. É melhor tirar dinheiro daqui e colocar em outros ativos, como o saneamento, que também vai ter retorno financeiro, mas muito mais outros derivados disso para a sociedade como um todo”, afirmou.
 
O novo presidente do BNDES não deu, porém, um prazo para a venda das ações. Segundo ele, não há um valor pré-definido para isso neste ano. “Vamos definir nos próximos meses”, declarou.
 
Montezano afirmou ainda que também não há uma conclusão sobre fechar ou não o BNDESpar. “É muito cedo fazer qualquer comentário nesse sentido”, acrescentou.
 
Ele observou, porém, que, com a bolsa de valores em alta, esse é um dos melhores momentos do mercado de capitais brasileiro da última década, sendo, portanto, uma hora propícia para se desfazer dessas ações. Montezano também não afastou a possibilidade de o BNDESpar investir em novas ações.
 
 
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