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04/01/2019 às 10h05min - Atualizada em 04/01/2019 às 10h05min

Novo salário mínimo deve injetar R$ 500 milhões no Pará

O valor passou de R$ 954 para R$ 998 na última terça-feira (1º)

- Jornal In Foco
Portal Papo Carajás
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Nos próximos doze meses, o novo reajuste do salário mínimo, primeira medida assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, deverá ser responsável pela entrada de mais de R$ 1 bilhão na economia da região Norte e de, aproximadamente, R$ 500 milhões na do Estado do Pará. A estimativa foi feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O valor passou de R$ 954 para R$ 998 na última terça-feira (1º), alta de 4,6%, sendo que, pelo Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2019 aprovado pelo Congresso Nacional, a mudança deveria ser para R$ 1.006.

 De acordo com estudo divulgado pelo órgão de pesquisa, dos 3,4 milhões de trabalhadores ocupados no Pará, aproximadamente 1,3 milhão recebem o salário mínimo como remuneração. Conforme consta na Constituição Federal de 1988, esse vencimento deve ser capaz de atender às necessidades vitais básicas do empregado e de sua família – isso inclui moradia, alimentação, saúde, educação, vestuário, higiene, lazer, transporte e previdência social.

Entre os trabalhadores ouvidos pela reportagem foi unânime: o novo valor ainda não é capaz de atender a todas essas necessidades. Para a empregada doméstica Roselene Soares, a remuneração não é suficiente. Com seu salário, ela precisa sustentar dois filhos, um de 19 anos e outro de 21, ambos estudantes.

Como o dinheiro fica apertado no final do mês e os jovens não recebem ajuda do pai, Roselene precisa se virar como pode. Por isso, quando não está no emprego fixo, pratica outras atividades para complementar a renda, como a venda de docinhos, bolos, sobremesas, salgadinhos e tortas salgadas para festas de aniversário infantis.

Os filhos ajudam como podem, seja cozinhando ou fazendo a entrega. “Não tem como viver com um salário mínimo, preciso complementar com outra atividade. Quando falta pedido, já sinto o aperto no bolso”, disse Roselene.

A estudante universitária Amanda Martins, de 23 anos, mesmo não tendo despesas com mais de uma pessoa, concorda que o valor não é suficiente. Ela mora sozinha em uma kitnet na capital paraense e só tem gastos essenciais, como as contas de energia, aluguel, condomínio, alimentação e transporte, além da internet, ferramenta indispensável para os estudos.

Mesmo assim, afirma que não conseguiria se manter na cidade sem a ajuda dos pais, que moram no interior do Estado e enviam a ela, mensalmente, cerca de 60% do valor suficiente para cobrir todas as despesas. Para ajudar no valor, Amanda trabalha como atendente em uma loja de roupas, cujo pagamento corresponde a um salário mínimo.

 “Só com a minha remuneração, seria impossível. Ainda bem que meus pais podem me auxiliar. Sem essa ajuda não teria oportunidade de fazer faculdade na capital, e isso comprometeria meus estudos”, contou. Mesmo se o aumento fosse para R$ 1.006, ela ainda considera pouco. “Mil reais só paga o meu aluguel e condomínio. Quem não tem outra renda vive um aperto”.
 

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