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09/07/2017 às 19h34min - Atualizada em 09/07/2017 às 19h34min

Fracasso de público marca 1º Mobiliza Canaã

Apesar da repercussão nas redes sociais, poucos manifestantes comparecem ao protesto

Kleysykennyson Carneiro - Jornal In Foco
Das redes sociais para as ruas, o movimento Mobiliza Canaã aconteceu na manhã deste domingo (9) na avenida Weyne Cavalcante. O ato tinha como objetivo protestar contra a atual gestão do governo Jeová Andrade. Durante toda a semana nas redes sociais, centenas de pessoas deram apoio à causa e o movimento ganhou força. Polêmicas também se acumularam em torno do ato e opiniões foram divididas, graças àqueles que acreditavam que tudo não passava de um movimento com interesses políticos e, ainda, aqueles que defendiam a atual gestão. O vice-prefeito Alexandre Pereira, na inauguração do ginásio poliesportivo do Novo Brasil, disse: “Enquanto uns protestam, a prefeitura inaugura obras.” Apesar da forte oposição, o manifesto tomou corpo e veio às ruas.
 
No entanto, o que se viu foi um completo fracasso de público. Cerca de 40 manifestantes compareceram ao local marcado (frente ao Supermercado Barretos) e seguraram cartazes clamando melhorias. A polícia militar esteve presente, junto ao DMTC, e fez a segurança de trânsito do ato. Às 9 da manhã a pequena comitiva iniciou o manifesto e chamou a atenção de quem passava por perto. Durante cerca de 1 hora, o líder do ato Fagner Super falou sobre o movimento e, apesar da aparente indisposição da população ao protesto, comemorou a presença dos que ali estavam: “Para uma criança nascer, tem todo um processo. Muitos querem que essa criança não nasça, querem fazer o aborto dessa criança, mas essa criança pode nascer magra, desnutrida, mas vai ganhar corpo, essa criança vai se fortalecer e vai para as ruas” disse o líder.
 
O repórter Pedro Reis, um dos líderes do movimento, explicou ao Jornal In Foco a pauta da reivindicação: “Esse movimento iniciou-se, principalmente, devido a algumas pessoas estarem desabafando nos meios sociais, na rua, no próprio gabinete do prefeito, quando uma senhora precisou utilizar do atendimento de saúde e infelizmente naquele momento não foi atendida, daí surgiu a ideia de pegarmos, juntarmos todas as deficiências que hoje se encontram no município na área da saúde, na educação, na área da segurança e criarmos uma pauta. Com relação à grande arrecadação de recursos que estamos vendo a cada dia, não se dá pra aceitar que os investimentos que estão sendo feitos sejam tão poucos.” Quando questionado sobre o que o grupo faria, caso estivesse no lugar do prefeito, Pedro Reis disse: “Olha, eu não sou político, então sou até suspeito para falar, mas com uma fala técnica, criaríamos mecanismos, de fato, que trouxessem situações que viessem criar emprego e renda, implantaríamos o polo industrial, apoiaríamos as pequenas iniciativas de renda, os pequenos empreendedores de Canaã. O apoio maior seria para esse público.” O repórter ainda afirmou que o grupo pretende pedir o impeachment do prefeito Jeová: “Há uma intensão sim de pedirmos isso. Faremos grandes denúncias junto ao Ministério Público” concluiu.
 
Alguns dos manifestantes concederam entrevista à reportagem. Um deles, conhecido como Luís Pintor, morador do Bairro dos Imigrantes, disse ter saído de casa para protestar contra a ausência de cuidados sociais por parte do governo Jeová com a população: “Era morador do bairro Alto da Conquista e o prefeito mandou quebrar todas as nossas casas, moramos 2 meses no ginásio e ele não mandou ninguém para verificar a nossa situação. Lá tinha crianças, pessoas idosas e ele nunca mandou ninguém. Só apareceu críticas, nos chamaram de vagabundos.” O senhor Luís também afirmou que deseja a saída de Jeová Andrade do poder: “A maioria do povo está insatisfeito com ele e eu acho que ele deve sair. E quem deve assumir o lugar dele eu ainda não sei, mas eu acho que deve ter pessoas de caráter, pessoas humanas para assumir e acho que deveria haver novas eleições.” Já a mãe de família e desempregada Daiana França, não acredita que o prefeito deva sair do governo, mas que a gestão precisa mudar: “A pauta principal dessa manifestação é a indignação. Mas eu não vim manifestar porque eu quero ele fora, apesar de termos muitas opiniões aqui que querem isso, eu quero que Jeová construa as nossas creches e procure uma forma de trazer empregos para as mulheres.”
 
O principal líder do movimento, Fagner Super também concedeu entrevista ao Jornal In Foco e falou sobre as polêmicas criadas durante a semana. Fagner comentou a resposta do prefeito Jeová Andrade a uma pergunta feita na coletiva de imprensa. O gestor afirmou que a manifestação era feita por quem estava fora do governo, mas queria estar dentro. “Quando você menospreza uma ação popular, você menospreza o cidadão. Será que qualquer pessoa que manifeste seus direitos quer ser vereador ou prefeito? Então, discordo do que ele disse, apesar de respeitar a opinião dele. Acho que a resposta desvaloriza o cidadão canaense, o pai de família que decidiu ir às ruas” disse Fagner Super. O líder discordou que a manifestação tenha sido um fracasso de público: “Eu sempre valorizei o ‘não quantitativo’, eu sempre valorizei a iniciativa das pessoas, pois qualquer movimento popular nós sabemos que é difícil de organizar, mas porém me sinto realizado, pois nós podemos acompanhar algumas iniciativas.”
 
Quanto às críticas que o movimento tinha uma pauta política, Fagner respondeu: “Quanto às críticas, fui candidato a vereador no ano passado, mas unicamente para compor uma chapa, nem pré-campanha tivemos, por isso digo que não fui candidato, apenas compus o coeficiente de um grupo. De lá para cá, tive críticas, mas sempre me comprometi a fazer o papel de cidadão, mas estava fazendo esse papel sozinho e sozinho não posso lutar. Quanto a quem disse que eu quero me propagar politicamente, acho que deveria estudar a constituição para saber que qualquer cidadão pode se manifestar. Quem me critica, coloque o pé na rua e vá lutar pelos seus direitos. Sofremos ameaças de algumas pessoas que defendem o governo, mas se for pra morrer, morreremos lutando.”
 
Quando perguntado sobre o que faria, caso estivesse no lugar de Jeová, quanto ao dinheiro público, Fagner Super disse: “Acho que deveria haver mais transparência e mais participação popular nas decisões sobre como se gastar esse dinheiro. Por exemplo, a população é que precisa decidir onde vai colocar uma obra. Não é o prefeito, não é o vereador, é o povo. Eu tenho formação em administração e, sem passar por um critério avaliativo, já estaria fazendo errado ao falar onde seria melhor gastar o dinheiro.”
 
Quanto a permanência do prefeito, o líder afirmou: “Na minha opinião, possível e imediata, eu não teria nenhuma dúvida: reeleição não é mandato para nenhum político, então, já era para ele ter recebido um não. Eu respeito a gestão, mas não compactuo, não concordo. O povo coloca e o povo tira. Eu fui o primeiro a falar isso nessa cidade e me orgulho muito: Fora Jeová!”
 
A comitiva não fez o percurso anunciado, mas percorreu a Weyne Cavalcante, do Supermercado Barretos até o Posto Vale Verde e depois retornou. O ato teve fim por volta das 11 da manhã.
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