O interrogatório do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na sede da Justiça Federal, em Curitiba, terminou por volta das 17h50 desta quarta-feira (14). Ele começou a ser interrogado pela juíza federal substituta Gabriela Hardt por volta das 15h no processo da Lava Jato que investiga reformas feitas no sítio de Atibaia.
Esta foi a primeira vez que Lula deixou a Superintendência desde que foi detido.
Apoiadores do ex-presidente estão em frente à sede da PF desde o início da manhã. Eles também fizeram manifestações com faixas e cartazes em frente ao prédio da Justiça durante a audiência.
Apoiadores do Lula se manifestaram no entorno do prédio da Justiça Federal, onde o ex-presidente foi interrogado nesta quarta-feira (14)
A audiência começou às 14h com o depoimento do pecuarista José Carlos Bumlai, também réu no processo. Bumlai, que responde pelo crime de lavagem de dinheiro, foi interrogado por uma hora.
A juíza Gabriela Hardt, substituta na 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, assumiu temporariamente a os processos da Lava Jato, antes conduzidos pelos juiz Sérgio Moro.
Conforme o Ministério Público Federal (MPF), o ex-presidente recebeu propina do Grupo Schain, de José Carlos Bumlai, OAS a Odebrecht por meio da reforma e decoração no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), que frequentava com a família. Outras 12 pessoas são rés neste processo.
Os valores foram repassados ao ex-presidente em reformas realizadas no sítio, de acordo com os procuradores do MPF. Segundo a denúncia, as melhorias no imóvel totalizaram R$ 1,02 milhão. Ex-executivos da Odebrecht afirmaram que o departamento de propina da empresa bancou parte das obras.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, Bumlai teria ajudado no repasse de propina no valor de R$ 150 mil ao ex-presidente.
Lula nega as acusações e afirma não ser o dono do imóvel, que está no nome de sócios de um dos filhos do ex-presidente.