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07/11/2018 às 17h06min - Atualizada em 07/11/2018 às 17h06min

PF fecha cartel de manganês e prende vereador e empresários do Pebas-Curionópolis

Federais cumpriram hoje 24 mandados de prisão preventiva e 29 de busca e apreensão. Em Marabá, empresas da Vila União também foram “visitadas”

- Jornal In Foco
Zé Dudu
Zé Dudu
Um verdadeiro cartel de criminosos operava na região sudeste do Pará, entre os municípios de Curionópolis, Parauapebas, Marabá e Eldorado do Carajás na extração e comercialização ilegal de manganês. Pelo menos é esta a conclusão a que chegou a Polícia Federal, após vários meses de investigação. O resultado foi a Operação Migrador, desencadeada nesta terça-feira, dia 6, com 111 mandados judiciais em Curionópolis, Parauapebas, Marabá, Eldorado do Carajás, Salvador (BA) e Vila Velha (ES): 24 de prisão preventiva, 29 de busca e apreensão, 52 bloqueios de contas bancárias e sequestros de bens e seis ordens de suspensão de atividades de empresas investigadas.

Entre os presos estão o empresário Sidney Carlos Osterman, o Macarrão, que tem depósito de madeira e mineradora em Parauapebas; Sérgio Osterman, irmão de Macarrão. Outro empresário da Capital do Minério, conhecido como Tiaguinho da Favorita, também foi preso.
Em Curionópolis, o escândalo foi a prisão do vereador Edimar Pereira da Silva, conhecido como Júnior da Mariona (PPS), também acusado de envolvimento no cartel do Manganês.

A Reportagem do Blog também levantou, junto a fontes na Vila União, que pelo menos duas empresas que operavam na clandestinidade naquela região foram “visitadas” pela PF nesta terça-feira. Não foram confirmadas prisões nesta localidade.

Voltando ao empresário Sidney Carlos Osterman, o Macarrão, ele é velho conhecido da Polícia Federal. No ano passado, durante a Operação Concisor, que objetivava coibir crimes ambientais no Estado, os agentes foram ao escritório da Madeiras Rio Verde, de suas propriedades, e de lá levaram computadores e documentos, além de ele ter sido conduzido coercitivamente para prestar esclarecimentos.

O delegado Ricardo Viana, chefe da Delegacia de Polícia Federal em Marabá, disse hoje em entrevista que foram criadas empresas para que pudessem obter determinadas licenças e, a partir delas, o minério pudesse ser exportado. Com o avanço das investigações, porém, foi descoberto que a maior parte dessa documentação das empresas foi obtida de forma fraudulenta, inclusive, com falsificação de licenças de operação. “Eles extraiam manganês de determinada área para a qual não tinham autorização e “esquentavam” o minério com a autorização que havia sido emitida para a exploração em área diferente. Ou seja, nunca tiraram uma pedra da área para a qual foi emitida a licença”, revelou Viana.

Em relação ao transporte do manganês, o delegado explicou que as investigações apontam que havia uma cobrança sistemática de valores por parte de servidores públicos, para que esse minério pudesse sair da região de Serra Pelada e Vila União (em Marabá) e fosse até o Porto de Barcarena para que, de lá, chegasse a vários destinos internacionais. “O prejuízo é de forma diversa, desde o minério extraído sem autorização, com autorização, mas que não recolhe os tributos municipais, estaduais nem federais e os danos ambientais causados são enormes” destaca.

Segundo o delegado Viana, uma das pessoas presas nesta terça-feira é responsável pela segunda ou terceira maior mina de manganês do País. “É muita coisa. O prejuízo alcança a casa dos R$ 87 milhões. A estrada de Serra Pelada, no final do dia, parecia a Avenida Paulista, tamanho o trânsito de caminhões. Essa ação foi imperativa, tínhamos de fazer, porque da forma como estava não dava para continuar. Muita gente ganhando muito dinheiro à custa de poucos”, enfatizou Ricardo Viana.
 

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