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25/06/2018 às 10h11min - Atualizada em 25/06/2018 às 10h11min

Greve geral na Argentina paralisa serviços no país e afeta voos no Brasil

Transporte público deve ser o mais afetado. Para o governo, os motivos do protesto são políticos.

G1 - Jornal In Foco
g1.globo.com
O presidente argentino Mauricio Macri durante o G7, no dia 9 de junho; ele enfrenta a 3ª greve geral no país contra sua política econômica (Foto: Yves Herman/Reuters)
A greve geral que começou à 0h desta segunda-feira (25) na Argentina afeta serviços como transportes, escolas, coleta de lixo e postos de gasolina no país e reflete nos voos que partem do Brasil para lá e vice-versa.
 
É a 3ª greve geral contra a política econômica do governo de Mauricio Macri. Para o governo, a paralisação é política.
 
Os organizadores do protesto calculam que pelo menos 1 milhão de trabalhadores devem aderir à greve, convocada pela peronista Confederação Geral do Trabalho (CGT), que agrupa os principais sindicatos da Argentina.
 
Voos no Brasil
A greve causou efeitos para os passageiros de companhias aéreas do Brasil. Há voos cancelados em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Curitiba, Porto Alegre e Brasília.
 
A Gol informou que todos os voos operados pela companhia de e para a Argentina nesta segunda-feira foram cancelados, e que foram criados novos voos para atender a demanda.
 
Os passageiros impactados poderão procurar a companhia para remarcar as viagens, sem a cobrança de taxas e de acordo com a disponibilidade. Ou ainda, solicitar reembolso ou crédito integral de suas passagens, pelos canais de atendimento: site (www.voegol.com.br), aplicativo ou pelo telefone da Central de Atendimento 0300 115 2121 e 0800 704 0465.
 
A Latam Airlines informa que cancelou todos os voos domésticos e internacionais operados de e para os aeroportos da Argentina.
 
Todos os passageiros que desejarem, podem optar por uma das seguintes alternativas:
 
Alterações de data / voo (mesma origem-destino): os passageiros que queiram alterar a data/voo sem multas ou diferenças tarifárias (pode ser ida e volta simultaneamente) podem fazê-lo para até 15 dias após a data original;

Mudança de rota: uma mudança de rota sem multas, sujeita às diferenças tarifárias aplicáveis;

Reembolso: solicitar o reembolso do bilhete não utilizado sem a cobrança de multas.

A companhia recomenda aos passageiros que compraram bilhetes para voar nesta segunda que reprogramem os seus voos antecipadamente. Neste link é possível acessar a reprogramação do voo. Ou ainda comunicar-se com a central de atendimento da Latam Airlines em 0810-9999-526 (na Argentina), para 4002-5700 (nas capitais brasileiras) ou 0300-570- 5700 (nas demais localidades do Brasil).
 
 
A Aerolíneas Argentinas anunciou que também cancelou todos os seus voos. Os passageiros que desejem reembolso poderão pedir por meio do mesmo canal que utilizaram para a compra. Além disso, os passageiros que preferirem reprogramar seus voos, até dentro dos próximos 15 dias da greve, poderão fazê-lo sem restrições e de acordo com a disponibilidade de lugares.
 
A companhia sugere realizar as alterações/modificações após esta segunda-feira, já que o atendimento ao cliente durante o dia da greve poderá ser afetado.
 
A Aerolineas Argentinas, solicita aos passageiros não comparecerem aos aeroportos durante o dia da greve. Em caso de dúvidas a central de atendimento é 0800-761-0254.
 
Serviços afetados
Os metrobus das grandes cidades da Argentina (carros especiais para o transporte público urbano) permanecem desertos desde meia-noite e circulam apenas táxis pelas ruas.
 
A circulação de caminhões é quase inexistente, de acordo com a agência Efe. Em Buenos Aires, também não funciona o trem de mercadorias que liga os setores do porto.
 
Os portos e aeroportos, as estações e linhas de ferrovia, as entidades bancárias, os escritórios, hospitais (exceto urgências) e escolas públicas, os serviços de coleta de lixo e postos de gasolina também serão afetados pela greve.
 
Convocação

Embora a convocação da CGT se limite a uma paralisação das atividades, sem manifestações, setores mais radicais anunciaram que pretendem bloquear os acessos à cidade de Buenos Aires com mobilizações.
 
Os sindicatos desejam o reinício das negociações de ajustes salariais deste ano, para um alinhamento com a projeção de inflação, calculada agora pelo Banco Central em 27%.
 
As negociações que aconteceram em sua maioria no início do ano utilizaram como referência a meta de inflação anual de 15%.
 
Para tentar retomar o diálogo com os sindicatos, o ministro do Trabalho, Jorge Triaca, afirmou desejar que as negociações salariais aconteçam livremente.
 
Esta greve geral na Argentina é a terceira em 15 meses contra o governo de Macri. As outras duas foram convocadas em 6 de abril e 18 de dezembro de 2017.
 
Crise econômica
Os sindicatos da Argentina se opõem ao acordo firmado pelo governo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) devido ao agravamento da situação econômica do país.
 
"A greve é contra o programa econômico, para que se abandone esta linha de ajuste permanente. O FMI sempre trouxe penúrias aos argentinos", disse à AFP Juan Carlos Schmid, dirigente da CGT.
 
Para enfrentar uma corrida cambial que começou no fim de abril e que provocou uma desvalorização da moeda de quase 35% no decorrer do ano, o FMI concedeu à Argentina um crédito stand by de 50 bilhões de dólares, o maior já estabelecido por este organismo.
 
O crédito tem vigência de três anos e, em troca, a Argentina se compromete a reduzir a zero em 2020 seu déficit fiscal, que no ano passado foi de 3,9% do PIB.
 
Para isso é necessário interromper as obras públicas, reduzir o tamanho do Estado e limitar as transferências às províncias.
 
Como previsão, o acordo contém uma cláusula que permite ao Estado elevar o gasto em projetos sociais no caso de aumento da pobreza, que em 2017 atingiu 25%.
 
 
O desemprego chegou a 9,1% no primeiro trimestre do ano, contra 7,2% no último trimestre de 2017.
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