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10/05/2018 às 11h27min - Atualizada em 10/05/2018 às 11h27min

Número de pessoas mortas por policiais no Pará, em 2017, é maior que a média nacional

Levantamento feito pelo G1 contabiliza as pessoas mortas por policiais, seja em serviço ou fora de serviço; e divulga ainda os números de policiais na ativa mortos.

G1 - Jornal In Foco
g1.globo.com
Números da violência continuam aumentando no estado onde as mortes em série de civis e de PMs expõem disputa entre traficantes e milicianos (Foto: Reprodução/TV Liberal)
Em 2017, o Pará teve uma das mais altas taxas do país de pessoas mortas pela polícia. O número é o dobro da média nacional: são 4,5 mortos a cada 100 mil habitantes no Estado, enquanto a média do Brasil é de 2,4 a cada 100 mil habitantes. O dado é levantado com base nos números oficiais da Lei de Acesso à Informação.
 
O levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
 
 
O dado inédito contabiliza as mortes de 2017 decorrentes de intervenção policial, que são as pessoas mortas por policiais seja em serviço ou não. São divulgados também os números de policiais mortos na ativa, que estavam ou não trabalhando no momento do crime, no período de 2015 a 2017.
 
O número de pessoas mortas no Pará por policiais na ativa foi crescendo a cada ano: foram 193 mortos em 2015; 282 em 2016; e 374 em 2017. Cresceu também o número de policiais mortos. Foram 21 vítimas em 2015 e em 2016; esse dado subiu para 29 em 2017.
 
Em todo o Brasil, o número de pessoas mortas por policiais na ativa foi 3.330 em 2015; 4.222 em 2016; e o número é maior que 5 mil em 2017. Já o número de policiais mortos foi 368, em 2015; 453, em 2016; e caiu para 391, em 2017.
 
Onda de violência
Só nos primeiros cinco meses deste ano o número de policiais mortos já chega 22, além de um ex-policial, também vítima de assassinato. Os números da violência continuam aumentando no Estado, onde as mortes em série de civis e de PMs expõem disputa entre traficantes e milicianos.
 
 
A onda de violência que atinge a região metropolitana de Belém tem causado não apenas insegurança, mas deixado famílias sem entes queridos e muitos filhos sem pais. Em vários casos, a ordem para matar os PMs sai de dentro da prisão. Para os familiares, fica a sensação de impunidade e insegurança.
 
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) informou que, em relação à elucidação dos crimes cometidos contra policiais este ano, 12 casos já foram desvendados com os autores identificados, presos ou mortos, e dez estão sob investigação.
 
O órgão também disse que medidas estão sendo realizadas a fim de proporcionar melhores condições de trabalho aos policiais militares. Entre as ações estão o aumento em dobro do valor da jornada extraordinária, a proposta de aquisição de 500 unidades de conjuntos habitacionais financiados pela Caixa na Região Metropolitana e que não foram concluídos por falta de demanda ou ausência de verbas, para viabilizar moradia com mais segurança aos agentes de segurança e seus familiares, a compra de coletes e armamentos para todos os policiais e realização permanente de cursos de qualificação, treinamento e capacitação.
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